SAIA DO SOL E DA CHUVA, ENTRE...

A morada é simples, é sertaneja, mas tem alimento para o espírito, amizade e afeto.



domingo, 5 de fevereiro de 2012

Apenas... (Poesia)

Apenas...



Sentir apenas
a imagem que basta
silenciar apenas
o sentimento que basta
murmurar apenas
a saudade que basta
dizer apenas
a palavra que basta
repetir apenas
o que ainda não basta
gritar apenas
o amor que não basta
amar apenas
a paixão que não basta
mas basta você
e completamente
sou e serei...


Rangel Alves da Costa

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

PASSIVOS E CONFORMADOS (Crônica)

PASSIVOS E CONFORMADOS

                                Rangel Alves da Costa*


O País da ordem e do progresso não passa de uma imensa junção de pessoas passivas e conformadas. E isto para ser razoável, pois poderia muito bem ser dito que a sociedade brasileira é negligente, omissa, esquecida, acrítica, apática, inerte, paciente, resignada, manipulada, inativa, indiferente, manuseada ao bel-prazer das nojentas e absurdas conveniências.
O esquecimento e a aceitação talvez sejam as características que mais mortificam um povo que sem o senso do espanto, da indignação ou revolta, fica à janela ou à porta vendo tudo acontecer como se não tivesse culpa pelo pior estar acontecendo. Tanto faz ver o manto da Virgem como um monstro. Tanto faz.
O mundo pode desabar em Brasília ou nas esferas de poder estadual ou municipal, vindo à tona um lamaçal recoberto de roubalheira, corrupção, maracatuia, propina e tudo o que de mais nefasto possa existir, que ainda assim amanhã será tudo relegado ao esquecimento. Por mais que a imprensa noticie, os jornais publiquem, a polícia investigue e até prenda alguns, mas amanhã é como se não houvesse acontecido absolutamente nada.
Só mesmo num País de irresponsáveis políticos, de ignorantes e de falsa cidadania, se observa tantos exemplos de imoralidade que simplesmente são colocados no ralo das coisas. E o pior é que produzem efeito contrário, pois quem deveria ser desmascarado politicamente, condenado por improbidade e corrupção e queimado na fogueira dos reincidentes, de repente sai do centro da maracatuia como vítima, dando a volta por cima e ainda mais forte.
Não faz muito tempo que aconteceu um triste exemplo envolvendo um senador. Foi noticiado à exaustão, provado por todos os meios que o parlamentar estava envolvido num verdadeiro mar de lama, que comandava uma rede de apadrinhamento, que era mais perigoso do que gavião tomando conta de milho, e ainda assim o homem foi alçado, mais uma vez, à presidência da casa. E o mais doloroso é que hoje posa de bom moço, ninguém fala mais nisso, e de inatacável bigode continua sendo grande cacique em Brasília e lá junto aos seus Marimbondos de Fogo.
É inacreditável como tudo tem o dom da fantasia, da brincadeira, da miragem. Político comprovadamente corrupto é cassado e reeleito; surgem escândalos e mais escândalos, nomes são apontados, reconhecidos os culpados, e depois tudo acaba em pizza; os órgãos de contas dizem que tal administrador fez malversação do dinheiro público, roubou, é corrupto, o maior ímprobo que possa existir, mas nada acontece depois. Ficha limpa, que ficha limpa, se quem limpa a cara do safado é o próprio povo, mais safado ainda.
É o País das maravilhas nebulosas, do inacreditável, dos contos de fadas macabros, das estórias das mil e uma noites com seus ladrões engravatados. Mas não poderia ser diferente. Com razão os que dizem que o Brasil é imprestável por natureza, pois não se pode ter como sério um País que até outro dia estava abraçando a loucura do governo iraniano, que não reconhece a violação dos direitos humanos na ilha cubana, que trata medrosamente com canhestros e suspeitosos presidentes latino-americanos. Pode ser sério um País que acolhe e defende as ignorâncias bolivarianas de Hugo Chávez?
Os habitantes desse País não são menos culpados do que sua envergonhada nação. Um povo sem tradição de luta, sem sangue na veia, sem jamais ter a coragem de fazer ecoar um grito dizendo que basta, que vai tomar vergonha na cara e dar, através do voto ao menos responsável, a devida resposta à velha corja das mesmas raposas políticas. Mas não. Sofrendo de amnésia histórica, muitos só reclamam quando lhes falta alguma coisa, porém sem lutar para que nunca lhe falte o essencial. E tudo se dá através da política, do voto, ainda que os eleitos também se esqueçam das finalidades de um mandato eletivo.
Enquanto isso, por todo lugar se vê a população sendo vitimada por sua própria passividade, sua ignorância e covardia. Quanto se pensa que vai abrir a boca para falar alguma coisa proveitosa, então se ouve sobre o BBB, sobre Luíza (a que estava no Canadá), sobre o jogo de ontem e o futebol de amanhã. E a vida gente, e a vida?
Os morros estão desabando com as chuvas, pessoas estão sendo soterradas, edifícios desabam por falta de cuidados e vistorias, famílias nordestinas morrem de sede ao lado do rio, a merenda escolar de alunos famintos é sempre desviada, aulas estão sendo dadas debaixo de umbuzeiros por falta de ambiente adequado, nada presta no País e o povo finge as mil maravilhas.
Mas é povo, e o mesmo povo que constrói indevidamente, que entope de lixo os bueiros e canais, que não joga sequer um papel numa lixeira. E ainda por cima vota nos mesmos ladrões. Dizer mais o que?



Poeta e cronista
e-mail: rangel_adv1@hotmail.com
blograngel-sertao.blogspot.com

Sem maquiagem (Poesia)

Sem maquiagem



Não disse
mas meu amor ouviu

a onda
lava o corpo da pedra
e ela brilha feito espelho
o vento
leva as folhagens secas
e o jardim se renova
o poeta
rasga os versos nus
e veste de beijo a folha
o espelho
não sabe o que refletir
a pessoa enfeitada de outra

então agora
meu amor vou dizer
que sua beleza
tão pura e singela
não vai mais
se encher de cores
brilhos e enfeites
e ser apenas você
como maior deleite
como um café
bem negro e gostoso
sem precisar do leite.


Rangel Alves da Costa

ESTÓRIAS DOS QUATRO VENTOS: SENTIMENTO DE PLANTA

ESTÓRIAS DOS QUATRO VENTOS: SENTIMENTO DE PLANTA

                                          Rangel Alves da Costa*



Conto o que me contaram...
O velho com quem certa vez conversei tinha plena razão no que disse. Segundo ele, tinha certeza de que planta e bicho possuem muito mais sentimentos do que a maioria das pessoas. Tem gente que é completamente vazia por dentro e endurecida por fora, não sente nada pelo que acontece ao redor, pode morrer parente que é mesmo que se findar uma muriçoca.
O velho disse isso como preliminar para contar uma outra passagem muito interessante, segundo ele. E dizia respeito ao que as plantas sentiam, como conversavam, como elas enfrentavam os perigos, mostravam seus medos, manifestavam suas alegrias, aflições e temores. E tudo isso muito mais verdadeiro do que muitos que andam por aí, na mentira e na falsidade.
Era conversa antiga, já ouvida de outro velho, mas que se renovava sempre enquanto lição. E tudo aconteceu num tempo já de longe ido, lá pelas beiradas das distâncias. Na verdade, um tempo em que as plantas eram mais numerosas, se espalhavam por todos os lugares, eram vistas de par em par por dentro da mataria.
Em épocas de chuvaradas, de climas mais amenos, de natureza verdejante, elas até sorriam, cantavam, gritavam. De mãos dadas, de um jeito que só a planta sabe pegar na mão da outra, brincavam de roda, inventavam prazerosos passatempos. E faziam isso o tempo todo, quase sem descansar, pois sabiam que aquela alegria não duraria muito, bastando olhar cuidadosamente mais adiante e sentir o clima mudando, o calor chegando, as folhagens querendo esmorecer.
Como viviam na vegetação sertaneja, então tudo ficava mais aperreado ainda. Quando chovia, quanto o sol se escondia um pouquinho, aí tudo era frescor e tranqüilidade, porém muito diferente do que, aos pouquinhos, aconteceria depois. Mais tarde só mesmo os mandacarus, xiquexiques, facheiros, palmas e cabeça-de-frade para suportar tanta dor, tanta sequidão.
Quando começava a passar mais de ano sem nenhum pingo d’água já podia se sentir as drásticas consequencias nas feições daquelas plantas antes sedosas e verdejantes. Igual folha de outono, de repente começavam a entristecer, a emagrecer, a perder sua força e tonalidade e, sem mais seiva e sem mais viço, ficavam acinzentadas, marrons, esbranquiçadas. Coisa mais triste de se ver, vez que daí para a morte era um nada.
Os cactos, parecendo guardiões do sertão seco e esturricado, permaneciam diuturnamente paralisados em meio aos descampados. Ouviam os gemidos das plantas e nem se voltavam naquela direção. Sabiam que se fossem até lá ajudar seria pior. Cheios de espinhos pontiagudos, certamente iriam ferir mais ainda quem já estava demasiadamente enfraquecida. Mas choravam de lágrimas caudalosas escorrerem pelos seus troncos.
Plantinhas chegavam embaixo do cacto e começavam a beber as lágrimas caídas. E que seiva divina, quanta força até quem sabe a hora de partir. E mais adiante, tentando por tudo conter o grito de desespero, a bromélia segurava na mão esmorecida da arruda. Deu o último suspiro e pronto. E não houve nem tempo de prantear, pois o fedegoso gritava pedindo que acudissem a roseira do campo. Morreu ainda nova, sem ter tempo de florescer.     




Poeta e cronista
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quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

O HOMEM TAMBÉM CHORA (Crônica)

O HOMEM TAMBÉM CHORA

                              Rangel Alves da Costa*


A dor não revelada se torna ferida aberta, sangrando e consumindo tudo, apenas para não desacreditar uma inquebrantável firmeza masculina. Muitas vezes se pensa assim e até se age assim, numa descabida tentativa de omitir os verdadeiros sentimentos, as fragilidades e as propensões emotivas dos homens.
Ora, a pedra se cansa do tempo, se dói, se corrói, sofre demais e nunca procurou esconder isso de ninguém. Basta olhar para um rochedo e sentir o seu coração cheio de mágoas, tomado de solidão, chorando lágrimas que escorrem na umidez que vira musgo. E por que o homem não poderia revelar seus sentimentos, dores e aflições?
Neste sentido, não há como duvidar da realidade descrita por Gonzaguinha na letra de “Guerreiro Menino”, também conhecida por “Um Homem Também Chora”:
“Um homem também chora/ Menina morena/ Também deseja colo, palavras amenas/ Precisa de carinho, precisa de ternura/ Precisa de um abraço, da própria candura/ Guerreiros são pessoas, são fortes, são frágeis/ Guerreiros são meninos por dentro do peito/ Precisam de um descanso/ precisam de um remanso/ Precisam de um sonho que os tornem perfeitos/ É triste ver esse homem, guerreiro menino/ com a barra do seu tempo por sobre os seus ombros/ Eu vejo que ele berra/ Eu vejo que ele sangra/ a dor que traz no peito, pois ama e ama/ Um homem se humilha se castram seus sonhos/ Seu sonho é sua vida e a vida é trabalho/ E sem o seu trabalho o homem não tem honra/ E sem a sua honra se morre, se mata/ Não dá pra ser feliz, não dá pra ser feliz...”.
Com razão, pois, o saudoso compositor, vez que por cima do jeito fechado, impenetrável do homem, está a pessoa sem os seus disfarces, o ser humano que ressente e reflete as dores próprias de cada um, os tantos momentos de incertezas, de desgostos e melancolias, e também a própria dor de não querer ou demonstrar o que realmente sente.
Ora, não é porque a pessoa cresce, vai desenvolvendo suas aptidões físicas e intelectuais, aprimorando seus aspectos comportamentais, se torna adulta, cheia de responsabilidades da própria idade, e depois envelhece com a sabedoria própria dos que souberam extrair da vida suas lições, que vai perdendo seu lado sentimental.
O sentimentalismo do homem não é aspecto diferenciador da mulher, não é fator que se despreza por vontade própria e nem some de tal modo a tornar o indivíduo um mero objeto inanimado. Carrega a emotividade consigo desde criança e jamais perderá o poder de, por exemplo, submeter-se ao sofrimento mais incontido todas as vezes que o seu íntimo seja afetado.
Talvez o caráter do homem se mostre mais verdadeiro ao não fingir ou esconder sentimentos. Quando se diz que é próprio de muitos homens o seu jeito inflexível, sua obstinação, seu jeito duro de ser e até sua intolerância, e tudo isso misturado a doses de arrogância e brutalidade, também se poderia dizer sobre o aspecto exterior que tenta demonstrar isso e o interior que sofre por ter de ser assim.
A lógica e o percurso da vida demonstram que o homem não muda totalmente os seus aspectos comportamentais quando alcança a idade adulta. Muito do jeito de criança e do adolescente continua presente nas fases posteriores. E se o menino e o adolescente sofrem, padecem, se angustiam, possuem sofrimentos terríveis, lamentam e choram, então por que o adulto perderia essa capacidade adquirida?
A própria vida testa até onde vai a dureza do homem e como ele se comportará diante de determinadas situações. As perdas são muitas; não pode fingir que não sente a dor que todos sentem; e se ainda assim continua mantendo a inseparável couraça, de repente se vê transtornado ao recordar um momento, ao ouvir uma música, ao reler uma carta, ao olhar para uma fotografia. E se foi abandonado pela mulher, então não haverá como disfarçar contentamento nem que estampe no rosto sinais de felicidade.
Fato é que ninguém é feliz a todo instante, não canta vitória a todo momento. Aliás, a vida é mais permeada de dificuldades, desacertos e desesperanças do que de bonanças e grandes realizações. E quando surgem os momentos indesejáveis, algo surgido por uma perda qualquer, nada mais útil do que chorar essa dor para dizer a si mesmo que se ressente desses momentos mais difíceis.
Verdade é que os banheiros, os quartos, as camas, as portas fechadas, as janelas, os recantos mais escondidos, estão repletos desses durões da vida. Só que lá dentro, fugindo da presença de outros, com vergonha de mostrar o que realmente sentem, choram de se acabar, se lamuriam, batem em paredes e arrancam cabelos. Ah, dor, quanta dor, e sempre navegando num imenso, caudaloso rio de lágrimas.
Portanto, não adianta dissimular, pois, a dor que não é vista no rosto, mas se espalha pelo que resta de corpo, invade o coração e amargura até o pensamento. É melhor, pois, expressar verdadeiramente o que sente, sob pena de que as lágrimas que mereciam ser choradas sejam revertidas sobre você mesmo, quando não mais existir. Alguém demonstrará que tem sentimento.




Poeta e cronista
e-mail: rangel_adv1@hotmail.com
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Agora e depois (Poesia)

Agora e depois



A folha marrom
do outono passado
já é outra folhagem
o leito azul do rio
calmo e na mansidão
passa noutras águas
a vida inteira
vivida em pedaços
é apenas o que falta
e nós como estamos
ainda continuamos
já passamos ou ainda
iremos chegar?

amor meu amor
repito a palavra
e diga ainda
que é meu e meu
amor meu amor
no início ou fim
será sempre amor
restando saber
se estamos juntos
porque continuamos
aprendemos a estar
ou somos o tempo
para o amor eternizar
enquanto durar.


Rangel Alves da Costa

ESTÓRIAS DOS QUATRO VENTOS: MARIDO CORNEADO EM CONFISSÃO

ESTÓRIAS DOS QUATRO VENTOS: MARIDO CORNEADO EM CONFISSÃO

                                          Rangel Alves da Costa*



Conto o que me contaram...
Dizem que um marido soube em segredo que estava sendo corneado e no mesmo resolveu que acabaria com a vida do amante da esposa. O problema é que o fofoqueiro disse apenas do fato e não da outra parte envolvida. Então, sem saber quem vivia na safadeza com sua digníssima ficava momentaneamente impedido de tirá-lo da vida.
Pensou, pensou mais ainda, levantou algumas suspeitas e chegou no mínimo a uns dez nomes com grande chance de estar se aproveitando da fragilidade safada de sua dondoquinha. Primeiro mataria o safado, mas quanto a ela daria o maior sofrimento em vida, que era deixá-la sem sair de casa durante dois dias. Talvez três, que era pra ela se arrepender de vez da traição imposta ao tão fiel esposo. Por isso mesmo é que dizem que corno, além de chifrudo e objeto de mangação, fica meio abestalhado.
Mas acabar com a vida de quem? Decidiria isso depois, mas antes de praticar tal ato o corneado resolveu que falaria com o padre sobre esse problema, contaria a ele a verdade e também diria da sua irrevogável decisão. Confessando tudo ao homem da igreja, talvez até que o seu pecado fosse diminuído. Pensou.
Chegou à igreja e encontrou o sacerdote cochilando dentro do confessionário. Bateu na madeira e o religioso abriu os olhos assustado: Quem, onde, como? Foi o que disse no momento, antes de ser interrompido pelo cornuto e sua pressa em falar sobre o adultério e o que pensava em fazer.
O padre era ainda homem jovem, vistoso, bem apessoado, como diziam umas falsas beatas que viviam por ali entrando e saindo da sacristia. E contam coisas de arrepiar sobre essas visitas a qualquer hora do dia e da noite. Mas o padre se ajeitou, colocou a bíblia sobre a mão e mandou que o outro falasse somente a verdade, pois estaria confessando a Deus e não a ele enquanto emissário divino.
E o cornuto começou: Estou sendo traído padre. Minha mulher achou de me botar ponta. E agora me sinto como um imprestável, um ferido na honra e no espírito, uma pessoa que certamente servirá de zombaria não só para o amante como também para os outros namorados que ela possui...
Outros? Indagou o padre, espantado. E imediatamente completou: Você disse outros? Mas ela não me falou sobre isso... O chifrudo achou estranha a observação e perguntou: Então o senhor padre já sabia da traição dela? Pelo jeito sim. Então diga logo o nome desse desgraçado porque vou dar cabo da vida dele hoje mesmo.
O padre se tremeu todinho ao ouvir isso. Deus uma suadeira, um nervosismos que quase não podia mais falar. Mas falou: Meu filho, mas matar é crime e o divino não perdoa quem tira a vida de outro e só porque esse outro fez uma caridade na sua mulher. A bichinha tava tão desolada que tive pena. E então, como também sou homem, não pude suportar aquela saia levantada. E sabe o que acontece se você matar um padre?
Não, o que padre? Perguntou o idiota do corno. E o safado do religioso disse que se ele o matasse toda noite viria pegar no dedão do seu pé. Então o besta se benzeu e disse que não havia problema de o amante dela ser o padre, pois era prova de como ela era devota de corpo e alma.




Poeta e cronista
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