SAIA DO SOL E DA CHUVA, ENTRE...

A morada é simples, é sertaneja, mas tem alimento para o espírito, amizade e afeto.



sexta-feira, 25 de outubro de 2013

ADQUIRA A BIOGRAFIA DE ALCINO ALVES COSTA


Escrita por Rangel Alves da Costa, seu filho, e intitulada “TODO O SERTÃO NUM SÓ CORAÇÃO - VIDA E OBRA DE ALCINO ALVES COSTA”, a biografia do saudoso Caipira de Poço Redondo já pode ser adquirida por seus amigos e admiradores.


Com 288 páginas, a biografia cuida de todo percurso de vida daquele que foi verdadeiro guardião da história sertaneja. O livro é dividido em tópicos específicos, cuidando dos diversos aspectos de sua vida. Do nascimento ao adeus, tudo é descrito de forma verdadeira e abrangente.
O livro, pois, está assim dividido: Prefácio (por Júlio César Ischiara); Introdução (por Archimedes Marques); Em 1940...; O homem; O político; Poeta, compositor, radialista, pesquisador do cangaço...; A obra; Prefácios que dizem tudo; Escritor sobre escritor: Paulo Gastão no mundo de Alcino; Dias de Agonia; O legado de Alcino para a cultura nacional; As homenagens.
 O livro está à venda ao preço de R$ 50,00 (postagem incluída). Para adquiri-lo proceda do seguinte modo: Efetue depósito bancário identificado na conta abaixo identificada, a seguir envie e-mail para o autor com o endereço para a postagem.
Dados da conta para depósito:

Banco do Brasil; Conta Poupança nº 69.544-0; Agência 2961-0; Variação 51.

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Adquira quantos livros desejar.

O AMOR INEXISTENTE E O SEXO ANTIGAMENTE


Rangel Alves da Costa*


Hoje não, está tudo muito diferente, vez que o sexo banalizou-se na maioria das pessoas e o amor não passa de um arremedo de sentimentos, e quando ainda há algum resquício no ser humano tomado de instantâneos desejos. Mas antigamente a relação, tanto sexual como amorosa, possuía características próprias e muito diferenciadas.
Alguns aspectos apontam para o fim ou a fragilidade dos relacionamentos fortes e duradouros. Em primeiro lugar, nos dias atuais praticamente não há mais lugar para o verdadeiro namoro. A esta relação hoje dão o nome de ficar, curtir ou todo tipo de denominação depreciativa. A juventude nem sabe o que é um galanteio, um desejo ardentemente sublime pelo outro, uma cartinha de amor, um versinho enamorado. Rarearam-se os noivados, as alianças de compromisso, a longa e sofrida espera até chegar ao altar.
Os casamentos duradouros - sustentados na verdadeira comunhão daquilo que o padre falou - também quase se tornaram relíquias, coisas impensáveis num mundo moderno de tanto descompromisso de um para com o outro. Parece não haver mais espaço para o romantismo. A viuvez não é mais chorada nem sofrida como antes, nem o sobrevivo respeita a memória do que se foi. Não há mais luto ou recato. Na sentinela já há um piscar de olho.
A moda é ter um caso, uma relação extraconjugal, uma convivência desaconselhada, um colocar o nome na lama. O que instiga não é a afoiteza diante do outro, mas a relação proibida. Mas sempre com a aceitação da maioria, pois é moda e tem gente que acha bonito demais viver na desonradez e no mau-caratismo.
É, pois, um tempo de delírios, luxúrias, entregas corporais, abusos e absurdos. Pais que aceitam namorados dormindo em casa; filhos que fazem do corpo experimentação. Os casais na mera casualidade. Messalina seria apenas mais uma; os depravados imperadores nem seriam comentados nas surdinas palacianas. Eis que hoje quase tudo se afeiçoa à devassidão e à pecaminosidade.
Contudo, os mais velhos talvez se recordem bem de um tempo muito diferente, uma época de respeito tanto próprio como perante o outro, dias de consideração e de verdadeira comunhão amorosa e conjugal. Logicamente que desde a primeira luz do mundo que houve a prostituição, o adultério, a traição desavergonhada, mas tais fatos resumiam-se a certas pessoas e em quantidade até identificáveis.
Para se ter uma ideia, o namoro era verdadeiro ritual, desde a paquera ao primeiro encontro e assim por diante. Em muitos lugares, só havia encontro entre o rapaz e a mocinha na presença dos pais desta, e ainda assim se houvesse expressa permissão para o descompromissado romance. Mais tarde houve a permissão para que ficassem sentados, em cadeiras separadas, na sala da casa, e sob permanente vigilância.
Naqueles tempos, moça solteira engravidar era um absurdo, uma desonra familiar sem tamanho. Por isso mesmo providenciava-se urgentemente o casamento. Ora, não havia o costume de namoros com agarrações, chupadas nem lambidas, e muito menos relações sexuais. Se estivessem subindo pelas paredes tinham que antecipar o noivado e o casamento. E bastava o fato de a mulher ter filho antes dos nove meses para que os comentários maldosos corressem a cidade.
E por que os pais faziam isso, ficavam em constante vigilância para que sua filha não fizesse nada antes do tempo? Simplesmente pela cultura da honra, da castidade, da religiosidade, do sentimento moral prevalecente. Um conservadorismo até exacerbado. Os filhos nunca ouviam os seus pais falando sobre sexo, nem pronunciando tal nome por reputarem como coisa familiarmente impronunciável.
Em muitas situações, casavam e passavam uma lua de mel ainda se conhecendo, pois quase não conversavam, não se aproximavam, corporalmente não experimentavam nada um do outro, subsistindo a relação apenas pelo amor que nutriam. No quarto de casal, com as luzes totalmente apagadas, por muitos dias deitavam completamente vestidos, e assim dormiam e acordavam.
Quando os corpos se aproximavam e o desejo sexual aflorava, ainda assim não ficavam totalmente nus nem se permitiam carícias mais provocantes, abraços apertados, beijos sufocantes, nada disso. Como um ritual mecânico, pronto para acontecer, procuravam deixar apenas os sexos livres e assim se entregavam ao prazer metódico, burocrático, quase frio, ainda que os corpos estivessem abrasados.
É difícil de acreditar, mas mesmo estando casados, em lua de mel, não acendiam a lamparina nem o candeeiro por vergonha de mostrar as genitálias. E os órgãos sexuais, tão escondidos do olhar do outro, serviam apenas para aquele momento de prazer e depois se escondiam nos seus babados, camisolões, ceroulas ou pijamas.
Mas um dia alguém achou de acender a luz e pronto. Deu no que deu. E hoje, quanto mais o sexo é praticado às claras, quase no meio da rua, mais o parceiro procura o outro e não encontra. E nem precisa saber quem está ao seu lado. Muitas vezes nem conhece.


Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com

Por amor e devoção (Poesia)


Por amor e devoção


Ainda que todo verbo
que a palavra conjugou
nenhuma conjugação teria
sem o verbo do amor

ainda que na escuridão
surgisse uma vela à mão
nenhuma estrada seguiria
sem a tua companhia

ainda que a alegria da vida
se mostrasse em cada ação
nenhum contentamento teria
sem a tua contemplação

ainda que tivesse a eternidade
e no eterno a felicidade
viveria a ilusão da realização
sem ser feliz de verdade

ainda que tudo tenha
e queira mais por merecer
basta uma singela oferenda
na dádiva maior que é você.


Rangel Alves da Costa

PALAVRAS SILENCIOSAS – 416


Rangel Alves da Costa*


“Aquela estrada...”.
“Para onde me levará aquela estrada?”.
“Não sei se partirei...”.
“Hoje ou amanhã...”.
“Mas certamente partirei...”.
“Talvez eu adiante o passo...”.
“O alforje ainda está vazio...”.
“Tudo ainda em baús...”.
“Mas é tanta solidão...”.
“Uma angústia dilacerante...”.
“Um vazio dolorido...”.
“Um silêncio com grito...”.
“Talvez a estrada me seja melhor...”.
“Preciso de flores do campo...”.
“De orquídeas e violetas...”.
“De samambaias e flores de cacto...”.
“Quem me dera revoar agora...”.
“Ser folha de outono ao vento...”.
“Orvalho ao nascer do sol...”.
“O pingo que desce na enxurrada...”.
“A flor arrancada pelo espinho...”.
“Nunca mais olhei minhas fotografias...”.
“Meu espelho entristeceu de vez...”.
“Talvez eu já nem me reconheça mais...”.
“Nem meus escritos avisto ao longe...”.
“As traças sugaram meus versos...”.
“O pó se embebeu de minha prosa...”.
“Todos os meus escritos...”.
“E que já não são mais meus...”.
“Porque perdi a razão...”.
“De ser feliz e amar...”.
“Porque não mais encontrei...”.
“A janela aberta nem a manhã...”.
“Quem dera um cálice de vinho agora...”.
“Ou um amargor na garganta e alma...”.
“Como dói essa secura sem ter...”.
“O fel do veneno...”.
“E do sangue o mel...”.
“Ah, dias, tempos idos...”.
“Emprestei-te meu sorriso e não devolveste...”.
“Do coração levou o ardor...”.
“Do espírito o sopro da existência...”.
“E agora apenas esse copo...”.
“Um copo vazio de mim...”.
“Transbordando ardente pelas veredas mortas...”.
“Porque as flores se escondem do olhar...”.
“E não me deixam a ilusão...”.
“De ao menos ter...”.
“Uma morte sincera e florida...”.
“Com pássaros cantando na despedida...”.
“Para espantar os abutres do não acontecido...”.
“E eu que sonhei ser eterno...”.
“Também sonhei ser caminhante...”.
“Qualquer que me levasse daqui...”.
“E na cruz ficasse a memória...”.
“Daquele que jamais morrerá...”.
“Porque escrevi um verso na nuvem...”.
“E jamais morrerei no espaço...”.


Poeta e cronista
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quinta-feira, 24 de outubro de 2013

ADQUIRA A BIOGRAFIA DE ALCINO ALVES COSTA



Escrita por Rangel Alves da Costa, seu filho, e intitulada “TODO O SERTÃO NUM SÓ CORAÇÃO - VIDA E OBRA DE ALCINO ALVES COSTA”, a biografia do saudoso Caipira de Poço Redondo já pode ser adquirida por seus amigos e admiradores.


Com 288 páginas, a biografia cuida de todo percurso de vida daquele que foi verdadeiro guardião da história sertaneja. O livro é dividido em tópicos específicos, cuidando dos diversos aspectos de sua vida. Do nascimento ao adeus, tudo é descrito de forma verdadeira e abrangente.
O livro, pois, está assim dividido: Prefácio (por Júlio César Ischiara); Introdução (por Archimedes Marques); Em 1940...; O homem; O político; Poeta, compositor, radialista, pesquisador do cangaço...; A obra; Prefácios que dizem tudo; Escritor sobre escritor: Paulo Gastão no mundo de Alcino; Dias de Agonia; O legado de Alcino para a cultura nacional; As homenagens.
 O livro está à venda ao preço de R$ 50,00 (postagem incluída). Para adquiri-lo proceda do seguinte modo: Efetue depósito bancário identificado na conta abaixo identificada, a seguir envie e-mail para o autor com o endereço para a postagem.
Dados da conta para depósito:

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AS VELHAS RAPOSAS E SUAS CRIAS


Rangel Alves da Costa*


A cada novo pleito eleitoral surgem as propagandas de candidatos se apresentando como o novo, a renovação, a mudança. Como nenhuma candidatura prospera se já não houver um alicerce dando sustentação, geralmente esta base é caracterizada por longo percurso nos meandros políticos.
Ora, se o novo está alicerçado no velho, a renovação é apresentada pelo já conhecido, e a mudança é só no nome do candidato, então não há que se falar em novas ideias, novos modos de pensar e agir, novas maneiras de administrar. Talvez, muito tempo depois, isto possa realmente acontecer, mas só quando a novidade se desvincular totalmente do velho. Mas aí também já não será novo.
É do conhecimento de todos que as velhas raposas políticas, os coronéis interioranos e as lideranças de longa estrada, jamais acordam apoio a um candidato se não for firmado compromisso de influência e até interferência daqueles na administração do apoiado. Então, ao ser eleito, o novo terá margem muito reduzida para mostrar o que realmente pretende fazer como renovação.
Não adianta que o carcomido coronel apresente o seu filho ou neto como opção política de renovação, como um candidato que se eleito será o contraponto às velhas e arcaicas administrações. E não adianta porque a interferência será tamanha que o cidadão mais arguto logo se perguntará quem realmente administra.
A estratégia das velhas raposas para permanecer no poder ou saboreando das tetas dos cofres públicos possui várias feições. Quando não podem ser candidatos, os líderes políticos escolhem candidatos benquistos pelo povo, mas que não tenham capacidade de mais adiante alçar voo próprio como liderança. A tática maior é que continuem submissos, rezando na cartilha do líder, pois assim será mais fácil exercer ocultamente o poder.
Outros, agindo como profundos conhecedores dos labirintos da política e suas benesses, não medem esforços para eleger seus pupilos, seus escolhidos. Gastam rios de dinheiro com três objetivos principais: mostrar a força que têm; receber com juros e correção todo o dinheiro investido na campanha; tornar os eleitos subservientes ao seu mando, rezando na sua cartilha.
É neste contexto que surgem os conceitos de exercício do poder de fato e de direito. O primeiro, o poder de fato, sempre repousa numa liderança oculta, que mesmo não votada e nem eleita, age com tamanha influência na administração que é até ameaça para os objetivos de gestão daquele que pensa ter o poder.
Pensar ter o poder e não exercê-lo na sua plenitude, principalmente porque toda decisão tomada pode ser contradita pela liderança externa que o elegeu, leva, ainda que paradoxalmente, ao conceito do exercício de direito do poder. Neste caso, poder de direito é aquele alcançado legalmente através do voto, da escolha popular. A princípio, todo governante eleito é ungido pelo direito.
A fronteira entre o poder de fato e de direito está precisamente na qualidade ou característica do seu exercício. Assim, se há, por exemplo, um prefeito eleito, mas quem manda é aquele que o elegeu, constata-se um poder administrativo sem força alguma, existente apenas de fato, quando deveria ser de fato e de direito.
E será assim toda vez que o administrador ignore as tentativas de interferência e procure exercer seu mandato dentro de seus objetivos e em obediência ao arcabouço jurídico-legal. Ora, se durante toda a campanha trabalhou ideias novas, revolucionárias, prometeu ser o diferencial na administração, não tem cabimento que tudo seja esquecido depois de assumir o poder.
Ocorre, contudo, que o eleito até que gostaria de fazer valer seus ideais, levar a efeito uma administração renovadora, expurgada dos velhos laços políticos do apadrinhamento e do clientelismo. Mas não pode. E absolutamente não pode porque sobre si pesa a força do outro, daquele que o lançou candidato e elegeu. Não pode porque deve favores, está compromissado até o pescoço com o velho.
 Ou as crias rompem com as criaturas para dar uma feição nova à suas administrações ou estas continuarão sob o mando dos criadores ou identificadas apenas com estes. Costumeiramente isto ocorre no Brasil. E é preciso coragem do novo para desvencilhar-se do velho e dar uma feição própria ao que administra. Ou faz assim ou terá a vida curta dos aparentes, dos que apenas estão sem jamais terem sido.
Neste contexto, contudo, sempre prevalece a velha máxima: Na política, o novo já nasce tão envelhecido que corre o risco de jamais renovar-se pela senilidade provocada pelo poder.


Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com 

Vestígios, apenas... (Poesia)


Vestígios, apenas...


Nem sei mais o que sou
se poeira do tempo
se luz do alvorecer
talvez nada além
do que tenha sido
e não me reconhecido

não tenho mais espelho
nem qualquer fotografia
minha feição apenas é
sem eu saber quem seja
por isso qualquer um
qualquer um que sou

quando eu me avistar
na lâmina do rio acima
talvez deseje me reencontrar
e mergulhe sorridente
em busca do que sou
nesse navegar naufragar.


Rangel Alves da Costa