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quinta-feira, 28 de agosto de 2014

VOCÊ CONHECE OS AQUISITORES?


Rangel Alves da Costa*


O termo Aquisitores certamente soará com estranheza para grande número de pessoas. De fato, são poucos aqueles que se voltam para escritos sobre o tema e mais difícil ainda encontrar pessoas falando acerca de seu conceito e atuação. Desse modo, para de logo espantar o desconhecimento de alguns, eis uma primeira pista: há sempre alguém ou algum grupo se aproximando e interferindo no poder, senão atuando com influência no próprio Estado, para atrair para si todos os tipos de lucros e benesses, sejam políticos, de mando ou meramente econômicos.
Uma segunda pista: existem forças poderosas, porém agindo nas sombras ou mesmo ocultamente, de modo a não deixar que se reconheça sua influência no curso dos fenômenos, mas que sempre estão presentes para moldar as situações ao seu modo e conveniência. E tais forças agem nos partidos políticos, nas esferas governamentais, perante os políticos, nas casas legislativas, em qualquer lugar que lhes garanta lucros nas suas diversas feições e modos.
Uma terceira pista: grupos, setores, lideranças empresarias, representantes de clãs ou oligarquias, a burguesia econômica e tantas outras influências, sempre possuem interesses que precisam ser preservados ou alimentados. E para tal destinam volumosas quantias para o financiamento de campanhas políticas ou mesmo para que as votações legislativas e os gastos governamentais estejam coadunados com seus interesses. Não raro que se arvoram de serem os verdadeiros fazedores de governantes.
Última pista: grandes grupos empresariais investem em regiões ou setores que lhes garantam não só grandes lucros financeiros, mas também de dominação política e administrativa. Contudo, tais investimentos são realizados em grande parte pelos governantes, que não podem negar a realização de tais gastos por já estarem atrelados aos interesses daqueles grupos. E atrelados porque tiveram suas campanhas financiadas pelos grandes grupos, nada podendo negar sob pena de serem destruídos pelos seus próprios sustentáculos.
Tudo acima exposto leva a um só nome: Aquisitores. Desse modo, tem-se pela denominação de Aquisitores grupos de poder que agem com o único intuito de dominação, seja atuando no meio político, governamental, religioso ou perante a sociedade civil. Formam algo como um governo oculto, não raramente mais forte e influente que o governo institucionalizado, conduzindo a vida estatal em prol de seus interesses. Os seus membros, originários de poderosos setores empresariais ou de grupos familiares tradicionais, atuam de modo a manipular as esferas política, econômica e social. Uma prática usual é não permitir o progresso indistinto, vez que quanto mais desenvolvida sua esfera de interesse mais difícil será de controlá-la.
Parece contraditório delimitar o progresso para dele extrair dividendos, mas não o é. Os avanços descontrolados e os desenvolvimentos sem rédeas tendem a tirar dos grupos, das famílias e das pessoas poderosas o poder de abarcamento sobre tudo. Quanto mais a sociedade se desenvolve mais tende a fragilizar as velhas ferramentas de manipulação e submissão, daí que buscam refrear as ações e reorientá-las a seu modo a partir dos governos, dos partidos, das casas legislativas, da igreja e das sociedades organizadas. E nisso tudo a força oculta e poderosa dos Aquisitores.
A força dos Aquisitores é tamanha que fabrica governadores, senadores, deputados, vereadores e ainda mantém sob suas rédeas inúmeras lideranças políticas e de todos os setores. Também indicam ministros, secretários, dirigentes estatais, toda uma gama de pessoas que certamente agirão segundo suas ordens ou sem se contrapor aos seus desejos. Há grandes investimentos nas ações, mas plenamente justificados diante dos objetivos de continuidade de dominação. O cidadão comum geralmente vê tal atuação como expressão de força política ou econômica, mas sequer imagina como tudo é forjado e quais os reais objetivos.
Alguns historiadores afirmam que os Aquisitores surgiram como um braço de atuação dos Illuminati. Esta é a denominação de uma sociedade secreta que age mundialmente e cujo objetivo maior é controlar secretamente os assuntos que envolvem as nações, de modo a estabelecer uma nova e única ordem mundial sob o seu império e mando. Pessoas infiltradas no governo e nas demais instituições acabam conspirando contra a própria nação em nome dos interesses ocultos dos Illuminati. E que não são tão ocultos assim, vez que buscam moldar o mundo segundo suas aspirações. Saliente-se que ao renunciar, Jânio Quadro se referiu a forças terríveis que o impediam de governar. Anteriormente, Getúlio Vargas, na famosa carta-testamento, já afirmava que as forças e os interesses contra o povo o condenavam.
Quais forças ocultas, quais as forças terríveis que condenavam os governantes e os impediam de governar com as suas próprias forças? Ora, as poderosas e ocultas forças de dominação mundial, as mesmas forças que fazem, depõem e destroem governantes. Basta que se contraponham aos interesses das reais forças que se escondem sob seus escudos e estarão fadados ao desprezo, à ineficácia administrativa, ao descalabro total. E, o que é pior, forçados a se submeterem às ordens ocultas. E na submissão do governante o jugo de toda a nação e de seu povo.
Mas, como afirmado, não somente perante as nações agem os Aquisitores, segundo as lições aprendidas dos Illuminati, pois também a nível local, regional, estadual. E não será surpresa alguma encontrar sombras desses poderes também em Sergipe. Basta imaginar quantas pessoas e famílias poderosas estão por trás dos financiamentos de campanhas políticas, atuando em setores sociais e religiosos, firmando suas presenças, ainda que agindo silenciosa e ocultamente. E nada é feito apenas por serem boazinhas. É bom que se saiba disso.


Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com   

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