*Rangel Alves da Costa
Ontem, aí sentado em meio ao quase silêncio
da tarde, eu olhava o mundo sertanejo passando lá fora e ficava imaginando e
imaginando... Vaqueiros e cavalos passando, pessoas caminhando nos seus
afazeres do dia a dia, carros e motos com sua pressa de chegar. A ventania
soprava trazendo poeira e pó. A radiola do Rancho desligada, melhor assim. Uma
vidraça à minha frente, como se seu estivesse separado daquele mundo por um
escudo. Mas eu tudo sentia e pulsava como se do outro lado estivesse, sentindo
o meu povo passar, sentindo a minha gente falar, sentindo o que cada levava em
seu pensamento. Mesmo sem caderno e lápis, eu tudo rabiscava nos rascunhos de
minha mente. E descrevia aquela paisagem, pessoas e objetos, como a síntese de
um mundo em sua transformação. Aquele asfalto era chão, aquela moto era lombo
de um animal, aquele carro era um carro-de-bois, aquela menina bonita era uma
mocinha carregando um pote d’água à cabeça. E amanhã, como será? Tudo passa,
tudo passará...
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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