SAIA DO SOL E DA CHUVA, ENTRE...

A morada é simples, é sertaneja, mas tem alimento para o espírito, amizade e afeto.



domingo, 25 de junho de 2017

Palavra Solta – milho verde na estrada


*Rangel Alves da Costa


Já faz muito tempo que o sertão está tão guarnecido de milho verde num período junino. Em menor quantidade, mas nunca faltou milho na fogueira de Santo Antônio, São João e São Pedro, porém vindo dos lotes irrigados existem numa faixa sertaneja. Este ano a situação se mostrou diferente. Mesmo que os lotes continuem produzindo em grande quantidade, também a terra molhada de chuva fez frutificar a melhor e mais famosa iguaria junina. Aqueles produtores que acreditaram em inverno bom, que as chuvas não faltariam neste período, acabaram tendo bons resultados. E o que se vê é o milho em profusão pelos campos e também à venda pelas estradas. Aqueles que plantaram mais tarde, somente colherão nos meses seguintes, mas outros que se anteciparam agora estão lucrando com a venda por todo lugar. Em diversos pontos no trecho rodoviário que liga Poço Redondo a Canindé de São Francisco, no alto sertão sergipano, é possível encontrar milho novo, na palha, colhido no mesmo dia. Não faz muito que quatro espigas eram vendidas a dois reais, já na tarde deste dia de São João, eu comprei setenta e cinco espigas a dez reais. Quer dizer, o preço barateou muito, e isso exatamente pela fartura, pela grande quantidade de milho ofertado. Então, quem gosta de milho assado na fogueira ou cozido em fogão de lenha, certamente se fartará. E nisto a certeza que os incas, maias e astecas, tinham razão: não há alimento mais rico e mais substancioso que o milho. Então que venha mais uma espiga. E tanto faz se assada ou cozida. O sabor e a gostosura são os mesmos.


Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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