*Rangel Alves da Costa
Que saudade tanta de um baile, um baile de
verdade. Antigos conjuntos, orquestras, grupos musicais. Nada de guitarra
maluca, nada rock pauleira, nada heavy metal, nada de azucrinações musicais,
mas tão somente a melodia compreensível, plangente, lentamente tocada para o
encontro de corpos. Salões apenas escurecidos, mesas com bebidas e canapés,
vestidos longos, cabelos ornados em flor, aroma e perfume por todo lugar. Mão
na mão, braço no braço, abraço a abraço, e os corpos coladinhos, e os rostos
coladinhos, talvez em segredos ou somente no encantamento musical. E a
orquestra ecoando: “Quando eu fui ferido vi tudo mudar. Das verdades que eu
sabia só sobraram restos e eu não esqueci. Toda aquela paz que eu tinha...”. E
a banda ecoando: “Quanto sinto em dizer-te que me podes desprezar logo, logo
sei que devo deixar-te já não posso mais sonhar você fica tão calada não sei
mais o que fazer se te sentes por minha culpa desprezada sei que não terei
perdão...”. Ou a bela e apaixonante My mistake, do Pholhas: “There was a place
that I lived, and a girl, so young and fair. I have seen many things in my
life, some of them I'll never forget …”. E de repente o abraço mais apertado, o
beijo, o voo no salão, na suave canção do baile da saudade.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário