*Rangel Alves da Costa
A Avenida Carlos Bulamarqui (que de avenida
não tem absolutamente nada), no centro da capital sergipana, já foi a mais
enfeitada, mais bela e mais convidativa a partir da entrada do mês junino. Com
efeito, sua fama fazia com que os festejos ficassem repletos de visitantes, com
mesas e bebidas pelas calçadas, quadrilhas juninas e sanfoneiros, fogueiras
acesas e fogos ribombando a noite inteira. Tanto assim que precisava ser
fechada em grande parte, de modo a permitir segurança ao grande fluxo de gente.
Contudo, aos poucos tudo foi declinando de tal forma que agora nem mais parece
com a rua de outros tempos. De uns três anos para cá, apenas bandeirolas eram
estendidas, mas já sem as demais atrações juninas. A própria população do
logradouro fechou suas portas e emudeceu de vez. Apenas duas ou três fogueiras,
e só. No ano passado, colocaram algumas bandeirolas já quase no dia de São
João. E umas poucos, sem o colorido de antes, parecendo mesmo entristecidas. E
até agora nada. Infelizmente tudo sinaliza para um mês junino sem ao menos a mínima
recordação de que é um período vivo e tão diferenciado na vida do nordestino.
Talvez nada faça lembrar que um dia esta foi a rua sempre escolhida como a mais
representativa do São João sergipano.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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