SAIA DO SOL E DA CHUVA, ENTRE...

A morada é simples, é sertaneja, mas tem alimento para o espírito, amizade e afeto.



quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

MINHA SENHORITA

Minha Senhorita

Rangel Alves da Costa*



É de vossa competência, senhorita do meu amor, ser feliz e muito feliz.
Sei que é da minha competência, linda mulher que amei, continuar te amando. O destino separa o ser mas não ousa dividir o que é absolutamente amor.
Talvez nem imagine onde repouso minhas lembranças. Tão longe ou tão perto, tanto faz. Foi o destino, você quis dizer e não disse. Mas digo que é doce destino continuar pensando em ti. Tanto faz, eu aqui e você onde e com quem estiver. Continuo te amando.
Você costuma rasgar o passado? Lembro de tudo, não adianta. O amor de adolescentes, os beijos e afagos de jovens, os planos que fazíamos, a entrega e o fim sem motivo e sem dizer adeus. Você simplesmente sumiu, senhorita.
É de vossa competência fazer o que quer de sua vida, senhorita. Assim o fez. Mas é da minha absoluta competência não fazer da minha vida algo que não lhe caiba mais em pensamento. É uma questão de não querer te esquecer, senhorita.
Veja bem senhorita, caminhei por estradas de frutos doces feito mel, de generosas sombras para repousar, de amores a fazer esquecer qualquer amor. Mas somente quis seguir em frente saciado com tua lembrança. Não me arrependo, senhorita. Nesse instante me alimento do teu sorriso.
Ontem escrevi teu nome em poesia, hoje simplesmente escrevo. Um dia quis inventar outra palavra que não fosse amor e veio o teu nome. Não adianta. É uma pena que esses meus versos de amor sejam tristes, rimem com solidão e dor. Preciso mudar meu verso, senhorita, para falar somente de amor.
Dirão que enlouqueci, senhorita. Onde mora o amor nesse mundo, onde estão as pessoas que amam? Ninguém diz que ama para não ser visto como insano. É por isso que o amor se esconde nas pessoas. Sou simplesmente louco e pronto. Amo e não nego. Há lucidez maior do que expressar a verdade?
Não, você não sabe, mas alguém me falou sobre você, que sabe onde e como está, sua feição sublime, seu jeito meigo de ser. Não quis saber mais do que isso, senhorita. É esta a mulher que amo. Bem que eu poderia me aproximar, te olhar ao longe, abracá-la na distância. Prefiro não fazer isso, senhorita. Vives no meu pensamento e sei como estais onde estou. Nesse momento sorrio teu sorriso.
Me perdoe, senhorita, mas imploro que guarde consigo estas palavras: O verdadeiro amor não se constrói somente com a presença de pessoas que se dizem amar, mas também na ausência de quem é amado.
Ouvi tua palavra agora...


Rangel Alves da Costa
Advogado e poeta
e-mail: rangel_adv1@hotmail.com

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