SAIA DO SOL E DA CHUVA, ENTRE...

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quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Palavra Solta: caminhos


Rangel Alves da Costa*


Os caminhos são tão imprevisíveis como o destino humano. Por mais que se deseje seguir numa só direção, por mais que haja um endereço certo para chegar, por mais que tudo faça para não perder o rumo da estrada, ainda assim tudo pode mudar a partir do primeiro passo. Ora, os caminhos são do tempo, da vida, do mundo. Ora, os caminhos não pertencem aos caminhantes, não estão ao dispor do passo, não se abrem segundo o desejo de cada um. Ora, o s caminhos possuem curvas, labirintos, margens desconhecidas, viajantes indesejados que surgem, perigos e ameaças. Ora, os caminhos são abertos e, como tal, passíveis dos mais alegres e dos mais tristes acontecimentos. Há flores e árvores sombreadas, há fruto maduro e água fresca de fonte, há uma brisa que sopra festiva, alegre, serena. Mas também os espinhos, as pedras, as armadilhas, o sol, a poeira, o cansaço, os olhos nos escondidos das margens, tudo que amedronta a caminhada. Mas os caminhos foram feitos para ser seguidos. Algum dia na vida a pessoa bota o pé diante da porta, dá o primeiro passo e ao longe vai. Para onde vai? Nunca há a certeza para onde se vai. As distâncias nascem dos caminhos curtos e o além pode ser alcançado num passo. Os olhos avistam ao longe, os passos querem seguir adiante. Talvez o horizonte adiante seja bem melhor. Ou ter de fazer mais tarde o caminho de volta, até novamente partir. E seguir para nunca mais retornar. Apenas na saudade, apenas na saudade...


Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com

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