SAIA DO SOL E DA CHUVA, ENTRE...

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segunda-feira, 31 de julho de 2017

Palavra Solta - liberdade, liberdade


*Rangel Alves da Costa


Ao invés de canções nativas embaladas por rios de vinho, os bárbaros bradaram fúrias enquanto se preparavam para invadir impérios e derrubar reis e castelos. Ao invés de saquearem templos e cidadelas desprotegidas, as hordas rumaram em direção aos reinados até então imbatíveis. As tiranias deveriam cair, os escravismos deveriam sucumbir, as atrocidades deveriam cessar, ainda que por mãos brutais e sanguinárias. Caiu a primeira cabeça, rolou a segunda cabeça. O primeiro castelo foi despedaçado, a segunda fortaleza foi aniquilada. Pelo ódio e o ensandecimento, até pessoas inocentes tiveram suas cabeças cortadas. Mas apenas uma vingança pelas cabeças cortadas de sua gente ou de civilizações inteiras. Das bandeiras e dos selos, dos brasões e dos escudos, das armas e das cavalarias, das fortalezas inexpugnáveis e das lanças sempre levantadas, restaram apenas os escombros. Os bárbaros não souberam reinar sobre os reinos que destruíram, mas tão somente vingar na lança as arrogâncias do poder. Ainda assim fizeram muito. Derrubaram ditaduras, tiranias, reinos cruéis. E o mundo nunca mais foi o mesmo depois disso. Proclamou-se a liberdade, a liberdade. Mas qual liberdade? Que os bárbaros, mongóis e vikings, novamente avancem sobre os impérios modernos e seus governantes. Precisamos ao menos de um sonho de liberdade, liberdade...

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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