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terça-feira, 23 de janeiro de 2018

A FALSA RELIGIOSIDADE NAS REDES SOCIAIS


*Rangel Alves da Costa


As redes sociais estão repletas de falsos religiosos, de pérfidas religiosidades. São uns falsários da fé e da própria religião, que apregoam aquilo que verdadeiramente não sentem, não praticam, não comungam.
Ora, religiosidade é coisa séria, é ato de profunda devoção e não mero objeto onde se tenta expor o que está de outra forma dentro de si. Não é expondo uma devoção não sentida que a pessoa vai ser acreditada pelos que a conhece.
Conceitualmente, a religiosidade reflete a espiritualidade da pessoa através de suas crenças. Através da religiosidade o ser humano abraça suas crenças, sua religião em si, sua fé e sua devoção.
É através da religiosidade que a pessoa compartilha das crenças sagradas, dos ensinamentos advindos dos livros bíblicos ou outros escritos, que introduz no seu comportamento as noções de pecado.
A religiosidade implica ainda na conduta, na moral, na ética, nos costumes e nas tradições. Quem é verdadeiramente religioso sempre procura se pautar pelas diretrizes básicas de sua religião. E cada religião procura ensinar como as pessoas devem se conduzir nos seus atos de vida.
Como observado, toda religiosidade possui preceitos a serem seguidos. Não há religiosidade ao acaso nem de qualquer jeito. Não há religiosidade por conveniência instantânea nem por brincadeira.
O que seria, então, a religiosidade que tanto vem sendo usada e abusada nas redes sociais? Ora, simplesmente a religiosidade como mera demonstração de uma devoção inexistente. Uma religiosidade de fachada, de mentira, de falsidade.
A religiosidade tão espalhada nas redes sociais é aquela da conveniência segundo o meio. A pessoa quer se passar como virtuosa, respeitosa, decente, temente aos ensinamentos sagradas, então começa a postar falsas simbologias.
A pessoa nunca vai a uma igreja, não sabe sequer se benzer, e se mostra a mais religiosa do mundo. A pessoa nunca leu um Salmo, não sabe o que é um Evangelho, nunca se ajoelhou em oração, mas de repente se apresenta como a santidade em pessoa.
Se perguntados o que é uma missa, certamente dirão apenas que é um padre falando para algumas velhas. Se indagados se sabem alguma oração, certamente que dirão que não. Mas sabem a letra inteira das baladas e cantam até em inglês.
O pior é que, muitas vezes, as pessoas que avistam as postagens religiosas conhecem muito bem a rotina e os costumes daqueles que fazem tais postagens. Sabem que não respeitam pais e mães, que não possuem boa conduta pessoal, que sempre preferem as coisas mundanas da vida.
Logicamente que muitos se espantam com tamanha religiosidade naqueles que só vivem de copo à mão, que só vivem curtindo festanças, que viram noites e madrugadas em farras e outros prazeres. Mas que de repente se mostram os mais religiosos do mundo.
Grande parte de suas postagens são com santos, orações, escritos religiosos, tudo numa santidade sem fim. Mas pessoalmente são adeptos mesmos é da falsidade, da intriga, da fofoca, da discórdia, da inimizade.
Mas por que fazem assim? Certamente tentando ludibriar os outros. Certamente querendo passar uma imagem de refazimento pessoal e assim atrair aqueles que se encantam com tamanhas “virtudes”.
Contudo - e como se diz -, o mundo é pequeno demais. E nas redes sociais todos se conhecem ou acabam se conhecendo. E toda a santidade falsa acaba se revertendo na outra realidade sem escudo ou ocultação: apenas o pecado.


Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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