SAIA DO SOL E DA CHUVA, ENTRE...

A morada é simples, é sertaneja, mas tem alimento para o espírito, amizade e afeto.



segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Palavra Solta - na noite


*Rangel Alves da Costa


Aqui sozinho, sem um pé de pessoa ao redor, na solidão mais profunda que possa existir. Somente o som do teclado, apenas. Nem chuva caindo tem. A solidão mais solitária que possa existir. Um silêncio cortante, lancinante, ruim demais de se ouvir. Mas não tem nada não. E venha a noite e seu negrume, e que venha a noite e sua escuridão. Não sei se vai ter lua ame cima, estrelas brilhando, vento ou ventania. Também pouco importa saber. A noite vem e não há o que fazer. Talvez um bom livro, um copo de vinho, um noturno em piano ou uma sonata clássica. Mas nada disso me anima a fazer. Talvez a vidraça adiante ou a abertura do portão. Olhar o mundo lá fora, avistar a noite lá fora e depois retornar para a noite de cá, esta entre quatro paredes. Deitar no sofá e ficar pensando e pensando. Não. Basta o que já chega sempre precisar reabrir livros de relembranças e nostalgias. Uma verdade seja dita, a noite cor assim de tamanha tristeza por um motivo maior: eu aqui e ela lá. Distante, distante, distante...


Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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