*Rangel Alves da Costa
No Nordeste, o mês de junho é de festança e
encantamento. Os festejos juninos são esperados e desejados por todos quase
como missão de vida e de alegria. Não há quem não goste de um bom forró, de uma
comida caipira de coco, de uma fogueira acesa, dos sons e cores dos fogos
brilhando nas noites. Pelos quatro cantos a turma se prepara para os festejos,
para as festas com bandas duvidosas e para as beberanças. Desde ontem, dia
primeiro, que os festejos tomam conta dos quadrantes nordestinos. Contudo, se a
animação do povo é a mesma, o contrário se diga com relação ao clima junina nas
cidades e nas capitais. Ao menos em Aracaju, atualmente são poucas as ruas que
ainda são enfeitadas com bandeirolas pelos quarteirões inteiros. Noutros
tempos, havia mesmo uma disputa para saber qual a rua mais bonita, mais
enfeitada, como mais cores nas bandeirolas. Agora tudo mudou, pois o mês de
junho chegou e as ruas - um tanto chuvosas - se mostram entristecidas,
silenciosas, sem cores. Então se indaga: cadê as bandeirolas e os enfeites
juninos? Neste percurso de esmorecimento, tende mesmo a sumirem as fogueiras,
as pamonhas, as canjicas, o arroz-doce, o pé de moleque e o quentão. Então os
festejos juninos seriam tão somente ao som das bandas, sem a sanfona matuta,
sem o forró pé-de-serra, sem o chinelado no salão.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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