Rangel Alves da Costa*
Dilma, mandatária da casa da Mãe Joana, atenda
os rogos do banqueiro Roberto Setúbal, presidente do Itaú Unibanco, e dos
demais banqueiros que se empanturram com os juros agraciados pelo seu governo,
e não saia.
Mas não saia mesmo. Não entristeça seus
amigos bolivarianistas de meia-tigela, seus apadrinhados cubanos de
meia-pataca, seus iguais das republiquetas de banana. Chico Buarque e José de
Abreu certamente não suportariam a dor.
Não saia de jeito nenhum. A máfia corruptora
necessita de sua presença no governo. Os apadrinhados e comissionados petistas
precisam que continue garantindo suas esbórnias. O que será do PT sem ter um
cofre para meter a mão quando quiser?
Por isso não saia. Por conta própria não, de
jeito nenhum. Renunciar nem pensar. Fique porque você foi eleita com o voto do
povo e por isso mesmo o povo tem de ter a retribuição que merece. E veja o que
você está fazendo com o povo: dando banana. De fome ninguém morre não.
Nem pense em sair. Mande fortificar o Palácio
do Planalto, colocar muros altos ao redor e fogo de artilharia no alto das
torres. Não seria demais, por precaução, que você se amarrasse nas colunas
palacianas, de modo a ninguém conseguir tirá-la à força.
Sei que você, Dilma, com o sangue de falsa guerrilheira
ou de barata que tem, já providenciou a construção de túneis. Mas cuidado com o
lamaçal que assola todo o planalto. Contudo, não correrá risco algum em meio à
rataria petista que por lá já faz moradia.
Há muitas outras razões para você não sair.
Por que sair se está tudo bem, se o Brasil vive às mil maravilhas, o povo não
tem do que reclamar, tudo está segundo o prometido em campanha?
Por que sair se o salário do povo dá para
colocar comida farta à mesa, a inflação regride a cada dia, as contas de água,
luz e farmácia são uma verdadeira pechincha? Ora, se tudo está tão bem nos
hospitais, nos postos de saúde, nas escolas, então não há motivos para
despedida.
Lula colocou você aí foi para ficar, e não
para sair. E só saia daí se for para entregar as chaves do cofre a ele. Não
entregue o poder a mais ninguém, de jeito nenhum. Acaso as urnas sejam
traiçoeiras, nem se incomode: dê um golpe. Ora, tanto faz um golpe a mais ou a
menos povo.
Dilma, certamente sabe que o poder é a melhor
coisa do mundo. Nada se iguala a soprar e sorrir, a bater e não ter troco, a
fazer o povo sofrer e fazer de conta que é apenas a elite raivosa.
De cartilha você conhece muito bem. Aprendeu
tanto o catecismo guerrilheiro que acha que todo mundo é inimigo. E sai
atirando raivosamente e parece não se dar por satisfeita até que a conta de
energia do pobre seja igual ao salário que recebe. Como vai comer, como vai ver
esse povo?
Mas seja cada vez mais resistente. Não admita
golpe, pois golpe só quem pode dar é você. Aliás, ninguém sabe dar mais golpe
do que você. O povo anda de olho roxo, de corpo alquebrado, doído por todo
lugar. E tudo por causa de seus golpes.
Contudo, preciso lhe confessar uma coisa,
Dilma. Por mais que eu digo que não saia, que fique, que resista, olho adiante
do Planalto e não vejo nenhum horizonte bom. As nuvens estão carregadas demais,
as tempestades avançam, já ouço o ronco dos trovões. Ou será o brado do povo
que vem lhe tirar o poder?
Corra Dilma, corra, corra. Não, pare, se
esconda. Mas onde? O túnel abaixo já está cheio de ratos e de petistas. Grite,
peça socorro a Lula. Mas creio que não adianta. O povo já está subindo a rampa
do Planalto. Agora é tarde demais Dilma, não há mais o que fazer.
Mas sempre há uma saída. O problema é que se
a saída for igual a que você vem encontrando para o Brasil, sei não. Comece
logo a rolar rampa abaixo. Ou será jogada de seu pedestal.
Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário