*Rangel Alves da Costa
Difícil entender, mas algumas situações me
deixam alegre, cheio de gratidão, mas também entristecido. Outro dia, antes do
surgimento da pandemia, através de uma mensagem, uma filha me reclamava: “Você
não compareceu ao aniversário de minha mãe, hein Rangel!”. Eis, então, a minha
alegria por ser lembrado e esperado, mas também o entristecimento pela ausência
e a cobrança posterior. Mas neste domingo, logo após a missa, eu me vi
completamente sem jeito e sem saída. E, logicamente, muito entristecido. E
assim porque ontem prometi a um neto que hoje passaria na casa de sua avó para
abraçar a família. Sequer imaginei que o parente iria comentar alguma coisa
sobre minha palavra. Mas disse. Sabem o que aconteceu? A sua avó não arredou o
pé de casa esperando minha chegada. E eu, fazendo uma coisa e outra, sempre
compromissado demais em Poço Redondo, acabei não indo. Mas amanhã com certeza
irei, não poderei faltar de jeito nenhum. O problema é que muita gente (e que
dádiva sagrada!) sempre espera minha visita, e quase sempre através de convites
feitos pelas próprias pessoas. Minha agenda é tão gratificante como difícil de
ser cumprida. Acaso eu saísse cinco da manhã e só retornasse depois das oito da
noite, ainda assim não cumpriria quase nada. Não sabem o quanto eu me sinto
agradecido por estas pessoas desejarem minha presença, e não só na cidade como
nas fazendas e arredores. Sou um igual a todos, apenas um amigo e conterrâneo,
mas juro por Deus que me sinto importante demais (isso mesmo, importante
demais), pelo carinho destas pessoas para comigo. Coisa linda sentir dentro de
mim que alguém espera minha visita e que se sentirá tão bem com a minha
chegada. E como eu gosto de bater à porta e prosear sobre tudo.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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