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terça-feira, 26 de maio de 2020

Palavra Solta – passado e memória



*Rangel Alves da Costa


Ontem uma jovem me chamou de “um dos guardiões de memória de Poço Redondo”. Fiquei lisonjeado, muito agradecido. Contudo, sou isso não. O que faço é simplesmente reconhecer e valorizar o meu povo, a sua história e a sua memória. O que faço é apenas lutar para que o presente seja entrelaçado com o passado, e o que passou continue com valia para o conhecimento das gerações de agora. Ora, não somos somente o presente, o agora e o que virá. Somos raízes, somos o ontem, desde o sobrenome que carregamos ao tempo que já vivemos. É preciso caminhar, seguir em frente, mas sempre olhando para os caminhos do passado. Um avô, um bisavô, um tataravô, qual significado possui no histórico familiar? Simplesmente tudo. Ninguém nasceu do nada. Tudo vem de gerações. Desde o Poço de Cima ao Poço de Baixo, desde as beiradas de Curralinho ao Poço Redondo que como cidade se firmou, tudo merece ser lembrado e conhecido. Neste momento, a presença de cada um faz apenas parte da construção de uma história que já vem desde longe. Você faz. Mas seus pais já fizeram e ainda fazem, seus avôs, seus ancestrais. Olhem para trás e se encontrem, se reconheçam. Eu reconheço, e por isso sempre valorizo.


Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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