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terça-feira, 10 de maio de 2016

“DA VIDA NÃO LEVO NADA, DO JEITO QUE A VIDA VEM, DEPOIS DE FECHAR OS OLHOS NÃO ADIANTA SER ALGUÉM...”


*Rangel Alves da Costa


“Ponta de faca”, eis o nome de uma letra e música de Nenéo que todo mundo deveria ouvir ao menos uma vez na vida. Não somente ouvir, mas também refletir, meditar demoradamente, acerca da condição humana, da existência e do quanto somos ou pensamos que somos.
Recordem, pois é aquela que diz assim:

“Eu queria saber o que faço e agradar o mundo,
se preciso dar murro em ponta de faca ou não,
se não devo parar os meus passos à beira do abismo,
para ter uma estátua na praça ele era tão bom...

Da vida não levo nada do jeito que a vida vem
depois de fechar os olhos não adianta ser alguém.
Da vida não levo nada, do jeito que a vida vem
depois de fechar os olhos eu não sou ninguém,
depois de fechar os olhos eu não sou ninguém

E me vejo parado perdido nas coisas do mundo,
eu as vezes duvido que o povo tenha a voz de Deus,
é que homem às vezes se sente mais realizado
se ao invés de dizer parabéns ele fala coitado!

Da vida não levo nada, do jeito que a vida vem,
depois de fechar os olhos não adianta ser alguém.
Da vida não levo nada do jeito que a vida vem
depois de fechar os olhos eu não sou ninguém

Da vida não levo nada, do jeito que a vida vem,
Depois de fechar os olhos não adianta ser alguém”.

Já escrevi sobre essa música noutra oportunidade, mas seus ensinamentos me fazem retornar ao contexto. Ora, continuo me indagando sobre o que sou e o que me poderia fazer imaginar ser maior ou mais importante que qualquer outra pessoa. O que a vanglória soma ao coração egoísta, soberbo, vaidoso, arrogante?
O que somos senão dadivosos de uma vida que não nos pertence, senão ao próprio criador? Este ouro, esta prata, este metal brilhoso, esta moeda tanta, este peito embevecido de poder e riqueza, que serventia terá quando a terra chamar à verdade?
A vida, a vida o que é? É o anel no dedo, é o carro bonito, é a conta bancária, é o fausto e a bonança? Não. A vida é fraternidade, é compartilhamento, é humildade, é reconhecimento, é valorização do próximo. Ademais, ninguém leva ao túmulo a riqueza, senão aquela de ter sido de bondoso coração enquanto viveu. E mais fácil será ser alcançado pela mão do Senhor.
“E me vejo parado perdido nas coisas do mundo, eu às vezes duvido que o povo tenha a voz de Deus, é que homem às vezes se sente mais realizado se ao invés de dizer parabéns ele fala coitado!”; “Da vida não levo nada, do jeito que a vida vem, depois de fechar os olhos não adianta ser alguém. Da vida não levo nada do jeito que a vida vem depois de fechar os olhos eu não sou ninguém”.
Então deixemos de vaidades e egoísmos porque da vida não levamos nada. Depois de fechar os olhos não adianta ter sido alguém. Faça, agora, por merecer o justo reconhecimento, pois até a saudade traduz a nossa passagem terrena.


Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com

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