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sexta-feira, 20 de maio de 2016

Palavra Solta - O fim do Minc e os órfãos da boquinha


*Rangel Alves da Costa


Está uma choradeira de não acabar mais. Aqueles mesmos artistas e pseudointelectuais que tanto vociferavam em favor do petismo e sua infame governanta, agora, quando não mais podem sustentar a ladainha do golpe, então se voltam para atacar o fim das tetas da vaca gorda que os sustentava. Já não defendem Dilma - cujo governo teve missa de sétimo dia recentemente celebrada -, mas sim seus estados de orfandade perante as graciosidades absurdas e vergonhosas advindas do extinto Ministério da Cultura. Daí justificar que artistas e diretores, escritores e desocupados, então se voltem contra o fim da boquinha, com o dinheiro fácil e que saía a rodo a quem fosse defensor do petismo. Daí também justificar a atitude do diretor do filme Aquarius, Kléber Mendonça Filho, que em Cannes promoveu uma manifestação contra o atual governo. Não vai mais poder contar com milhões dos cofres públicos para os seus projetos. Não vai mais poder continuar recebendo salário no Minc sem trabalhar, pois gozando de alto salário sem nada fazer senão em proveito próprio. Numa situação assim, há de chorar, de espernear, de vociferar contra o fim da boquinha. Ademais, é quase um vício pernicioso da classe artística brasileira: arrebanhar dinheiro fácil dos cofres públicos. E o que fazia o Minc senão aceitar que milhões fossem captados para uma “importantíssima e fundamental” biografia de Cláudia Leite, para um Luan Santana da vida e tantos outros mais. Lembram-se do episódio de Maria Betânia, quando milhões foram destinados para o lançamento de um dvd? É como se tais artistas não vendessem seus shows e discos, e os recursos recebidos fossem para cobrir despesas. Ledo engano. Tudo para o enriquecimento pessoal e depois uma banana para o povo.


Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com

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