SAIA DO SOL E DA CHUVA, ENTRE...

A morada é simples, é sertaneja, mas tem alimento para o espírito, amizade e afeto.



domingo, 11 de setembro de 2016

Palavra Solta – a dor da saudade


Rangel Alves da Costa*


Quem ama ou amou de presença, e de repente se vê na distância desse tão grande amor, verdadeiramente sabe o que é uma saudade. Quem sente verdadeira saudade conhece bem o quanto a lágrima escorre sem ser chamada, o quanto o soluço se torna incontido, e o quanto dói sentir a alma afligir e nada poder fazer. Tudo dói, tudo faz sofrer, tudo causa infinito padecimento. A lembrança, a recordação, o retrato, a cartinha, o bilhete, um pedaço de pano, um retalho de qualquer coisa, tudo numa junção de angústia. Também a memória trazendo as histórias, os convívios, os diálogos, as palavras, os carinhos, os afetos. Amor filial, familiar, de raiz, mas também o amor corporal, de querer, de gostar, de ainda se enlaçar no beijo e no abraço. E chega o entardecer com o seu perfume de brisa, e chega a noite com o seu semblante enluarado, e chega o luzir da chama da vela, mas nada que traga prazer, contentamento, felicidade. Apenas o sofrer e o mais sofrer pela saudade, a terrível saudade. E vai a lágrima caindo, e vai o coração apertando, e vai a dor se espalhando, devorando, dilacerando. A dor da saudade.


Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com 

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