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terça-feira, 3 de abril de 2018

Palavra Solta - frescura demais no filosofês



*Rangel Alves da Costa


Tudo bem que as ciências, as disciplinas e os métodos investigativos, inventem seus conceitos. Contudo, torna-se insuportável que os conceitos criados sejam somente para complicar. No academicismo já se tem uma leva de esnobismos desnecessários, de tecnicismos renomeados no simples intuito de dizer de outra forma aquilo que bem poderia ser dito de modo muito mais compreensível. E agora vem a filosofia querendo complicar ainda mais. Veja se o termo “pós-verdade” tem algum cabimento? O que é pós-verdade senão uma retórica para explicar o intelecto reprimido de alguém metido a filósofo? Ora, se a sociedade prefere os boatos aos fatos, isto não é pós-verdade, mas meias-verdades. Se é pós-verdade também não é boato, mas a digestão e até ampliação da verdade, nos contornos repassados por cada um. Também não é aprimoramento da mentira, pois boato nascido de uma verdade. Em síntese, apenas a criação de um termo que pode dar lugar a mil - e nenhuma - divagação. Aliás, a filosofia se presta a isso, a querer abarcar tudo e a não explicar nada. O filósofo jamais diz que a pedra é dura nem que o negro é negro ou o branco é branco, mas fica dando rodeios e nada diz.


Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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