SAIA DO SOL E DA CHUVA, ENTRE...

A morada é simples, é sertaneja, mas tem alimento para o espírito, amizade e afeto.



quinta-feira, 26 de abril de 2018

Palavra Solta – “oi o doce, oi o doce!...”



*Rangel Alves da Costa


“Oi o doce, oi o doce!...”, é o que sempre ouço logo após o meio-dia quando estou no sertão. Todo santo dia, como se diz por aqui, Erílio surge tendo à frente um carrinho de mão cheio de cocada por cima. Cocada mole, dura, mais clara ou mais escura, à escolha e gosto do freguês. Então ele grita “oi o doce, oi o doce!...” e as portas vão se abrindo para dizer a medida do desejado. Pedaço de cocada por dois reais, copinho pequeno de cocada mole por um real, copo maior por dois reais. Mas é vendida também na quantidade desejada do freguês. Eu mesmo, como sou muito apreciador de toda guloseima que contenha coco, só falto me acabar na dúvida de quanto queira e do que queira. Três, quatro cocadas ou mais? Dois ou quatro copos de cocada branca e mole? Logicamente que não como tudo na hora, mas aos poucos cada copinho e cada pedaço vão sumindo da geladeira. E quando chega à manhã do dia seguinte já não resta mais nada. Só esperar que Erílio desponte novamente com seus doces e comece a gritar “oi o doce, oi o doce!...”.


Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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