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domingo, 12 de setembro de 2010

Defesa do coração (Poesia)

Defesa do coração


Ainda que do erro cometido
busque a inocência pela fraqueza do espírito
pela desculpa da fragilidade humana
nenhuma acusação contra ti
será para impedir que tenha liberdade
de amar quando e quem quiser
mas sem confrontar o direito
do outro coração que diz:

acuso-te de encantar cegamente
como fazem as feiticeiras a preço vil
um coração solitário que se fez gota
nessa sua sede de mar e rio

acuso-te de sangrar de morte
uma vida jogada a toda sorte
que buscou na tua falsa proteção
o único meio para salvação

acuso-te de fingir amar
e nesse fingimento se dar e doar
fazendo crer ao ser apaixonado
que a beleza da vida havia encontrado

acuso-te de ilusão e abandono
iludir e beijar com veneno um cão sem dono
e depois que amarra os restos a teus pés
sai pela vida fazendo outros papéis

acuso-te até de dizer que me amava
acuso-me até de dizer que te amava
mas o erro não foi da palavra dita
mas da boca onde a palavra estava

acuso-te por fim
de ser bela e bonita demais
de ser atraente e encantadora demais
e dizer não ninguém seria capaz

Por isso
não haverá pena melhor merecida
do que livrá-la para pagar na vida
enquanto devo ser condenado
a continuar vivendo essa paixão dolorida.


Rangel Alves da Costa

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