SAIA DO SOL E DA CHUVA, ENTRE...

A morada é simples, é sertaneja, mas tem alimento para o espírito, amizade e afeto.



quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Restos que vão (Poesia)

Restos que vão


No último trem que partir
enviarei os meus restos
e os restos do que resta em mim
ao menos receba o que chegar
e depois coloque-os longe de tudo
no mesmo lugar esquecido
onde jogou minhas cartas
onde largou meus bilhetes
onde destruiu meus presentes
onde queimou minhas fotografias
onde derramou meus perfumes
onde fez pesadelo dos meus sonhos
onde passarei também a não ser
se os meus restos chegarem

já ia esquecendo
mas junto comigo
vai a parte que você
destruiu primeiro
que foi o coração.


Rangel Alves da Costa

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