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quinta-feira, 23 de maio de 2013

MISTÉRIOS (Crônica)


Rangel Alves da Costa*


Não dou muito crédito àqueles que procuram desqualificar a criação divina, o poder de Deus, e invocar o surgimento dos elementos terrenos a partir da intervenção de forças desconhecidas. E apontam que tudo surgiu por força da ação de seres de outros planetas, deuses intergalácticos e astronautas superiores.
Muitas teorias existem neste sentido, sendo a principal delas a Teoria dos Antigos Astronautas. Segundo os estudiosos que a defendem, é humanamente impossível que homens iletrados, rudes, utilizando tecnologias arcaicas, pudessem ter construído enormes estruturas megalíticas, pirâmides colossais, templos que ainda hoje desafiam as mais avançadas tecnologias.
Assim, defendem que tais construções tiveram a ajuda de seres extraterrestres, visitantes do espaço, deuses voadores e toda uma gama de influências interplanetárias. Somente com a ajuda ou a intervenção direta destes seria possível realizar construções ainda hoje inexplicáveis pelos estudiosos. Portanto, a tecnologia dos deuses foi a responsável pelo erguimento dessas obras colossais.
E mais. Pregam que os humanos são descendentes ou mesmo criações de extraterrestres ou forças superiores do espaço. Agindo na terra, os deuses possibilitaram o surgimento de culturas superiores e a realização de obras grandiosas como marco de suas passagens. Mas que também podem ter sido eles os responsáveis pelo desaparecimento de inúmeros povos e culturas. Defendem até que em algumas ocasiões guerras entre os deuses destruíram ou ameaçaram obras e culturas inteiras.
Como observado, refutam o poder e a intervenção divina para reconhecer a paternidade das forças superiores sobre as grandes obras que foram surgindo na terra em diferentes períodos históricos. Desse modo, culturas como a maia, inca e a asteca, dentre muitas outras, eram intimamente influenciadas por estas forças superiores. E o surgimento de seus suntuosos templos não seria possível sem essa participação externa.
Logicamente que não comungo de tais ideias. Não se concebe como verdadeira uma teoria que nega o poder divino como propulsora do conhecimento humano. Não há que prevalecer a ideia de um mundo totalmente construído sob engenharia dos antigos astronautas ou de forças espaciais desconhecidas. Ademais, deuses por deuses, há que se reconhecer a prevalência de um Deus superior.
Ao afirmar que os seres extraterrestres influenciaram, colaboraram ou mesmo agiram na construção desses gigantescos templos, bem poderia ter feito o caminho mais lógico. E o lógico seria reconhecer a intervenção divina sobre o homem antigo. Ou será que Deus não tem esse poder, mas apenas deuses desconhecidos?
Contudo, reconheço que há muita coisa ainda inexplicável em meio a tudo isso. O mistério assoma ainda com maior monta toda vez que se vê uma estrutura megalítica de uma civilização antiga, um templo de tamanha imensidão e perfeição que desafia a compreensão, uma obra tão gigantescamente delineada que seria impossível ser obra do homem de então. Como e quem teria construído?
Todo o mistério está nessa resposta. Neste aspecto reconheço a verdade em muitas afirmações dos teóricos dos antigos astronautas. Certamente alguma força estranha, algo de inteligência e engenharia superiores, atuou na construção de tais obras. Por mais que tais construções tenham levado duas dezenas ou mais de anos para serem terminadas, ainda assim praticamente impossível que a força de trabalho de então pudesse erguer estruturas tão imponentes e com acabamentos geometricamente perfeitos.
Ora, são blocos imensos de rocha transformados em estruturas que desafiam o entendimento de como foi possível colocar bloco sobre bloco, sem uma falha sequer, numa altura de um prédio de três andares. São portais imensos, talhados de tal forma que não há um só elemento que esteja dissociado do outro. São esculturas gigantescas, templos descomunais, e tudo numa ordem arquitetônica de impressionar a engenharia moderna. E, espantosamente, muitas vezes se reconhece que nem nos dias atuais seria possível realizar uma obra daquelas.
Só para citar alguns desses mistérios arquitetônicos: Stonehenge, os moai da Ilha de Páscoa, as linhas de Nazca do Peru, os colossais monólitos conhecidos como Triliton, Tiahuanaco e Puma-Punku, as pirâmides do Egito, os imensos obeliscos espalhados pelo mundo. Sem esquecer logicamente dos imensos templos, cidades e construções antigas.
Para se ter uma ideia, alguns blocos da pirâmide Gisé pesam 200 toneladas; em Tiahuanaco e Puma-Punku existem blocos que pesam 400 toneladas; os monólitos de Triliton, no Líbano, pesam aproximadamente 1100 toneladas. E cada um. E o mais incrível é que hoje se reconhece que ainda não há equipamento disponível que possa erguer ou mover monólitos como os Triliton.
Mas foram movidos, erguidos e cuidadosamente colocados em seus devidos lugares. Mas como fizeram isso? Eis o mistério. Contudo, ainda que se comungue das ideias das teorias da ação dos visitantes antigos, não se deve esquecer a força imensurável do Deus bíblico, do Deus criador e propulsor da vida. Quem faz o mar se abrir também pode fazer uma rocha se erguer.


Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com

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