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domingo, 7 de fevereiro de 2016

Palavra Solta: escola de samba - o destino na avenida


Rangel Alves da Costa*


Não há nada mais entristecedor que depois de tudo pronto, ensaiado, testado, confirmado, de repente dê tudo errado na avenida. Assim pode ocorrer com as escolas de samba, sejam aquelas do grupo especial ou do grupo de acesso. Os desfiles comprovam os pequenos ou grandes detalhes que dão errado e que acabam prejudicando não só a apresentação, mas o trabalho de um ano inteiro. Como se sabe, logo após cada desfile já se inicia os preparativos para o ano seguinte. Não há cessar ou descanso nas escolas de samba. Trabalha-se para o desfile das campeãs, para o aproveitamento de material para o futuro enredo, para consertar os possíveis erros verificados. Daí que o barracão se transforma em colmeia, os artistas criam e recriam obras geniais, os componentes ensaiam, os surdos são afinados, os carros alegóricos e os estandartes são sempre revistos para que absolutamente nada possa sair em desconformidade. Então, depois do último ensaio, após os últimos arranjos serem providenciados, chega a hora e a vez do grande momento. E então, por um caso fortuito, eis que os problemas começam a acontecer. De repente, na hora de entrar, um carro alegórico fica emperrado numa lateral, falta iluminação ou as alegorias e adereços dão sinais de desacerto. Mas já será tarde demais, pois a escola tem de passar assim mesmo. Surgem as lágrimas, os desalentos, as tristezas infindas, os sofrimentos. Assim o destino das escolas de samba na avenida. A sorte deve ser sempre seu componente principal.


Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com

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