*Rangel Alves da Costa
Mariazinha parece com Maria, que parece com
Joana, que se afeiçoa a Bastiana. Ou a Marta, a Clemência, a Lurdes, a Paula, a
Sônia, a Gorete. Não precisa um nome específico, pois todas Mariazinhas no seu
dia a dia e no seu percurso de vida. Tantos caminhos desiguais, tantas alegrias
e dores diferentes, mas no mesmo compasso da existência. Uma mulher, mulheres,
de raças e feições diferentes, de pele tingida de cores diferentes, de
vivências e sobrevivências em meios diferentes. Um só nome em todas: mulher. No
barraco ela está, mas também no casarão. Vestido de chita ela está, mas também
pode usar roupa de grife. Chinelo aos pedaços, pés descalços, ou nas alturas do
salto alto. São todas mulheres. Contudo, há uma feição mais pujante e mais
autêntica numa Mariazinha que vive num mundo bem além do urbano capitalizado,
que se faz presente num meio onde ainda é possível sentir o aguerrimento
labutador feminino. Nas entranhas de um mundo distante e empobrecido, no
contexto de um mundo esquecido e solitário, eis que ela grita seu nome desde,
ou mesmo antes, do primeiro cantar do galo. Mariazinha é tudo, é todas.
Mariazinha é mulher e mundo.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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