*Rangel Alves da Costa
Fui catar um tiquim de história, um naco de
coisa antiga, mas além do baú aberto com as relíquias do tempo, também
encontrei a cerca, o arame, a porteira, a planta do mato, o arvoredo, o grão da
terra, o verdoso acanhado e a sequidão. Encontrei o bicho, o mugido do animal,
a palma pouca e o menino com enxada na mão. Encontrei um céu azulado e uma
tem-tem voejando ao redor. Sigo assim, catando a escrita do chão, da paisagem,
do homem e de seu mundo encantador. Comigo levo um embornal e um caderno aberto
em minha memória. O que vejo, então escrevo no pensamento. E o que penso depois
retrato em linhas tortas. E assim vou escrevendo a vida, indo ali e acolá,
encontrando o conterrâneo sertanejo, ouvindo sua palavra nua, na gramática do
sertão, para enfim ter a certeza que ainda não sei nada não. E quero tudo
aprender, pois ainda não sei nada não.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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