*Rangel Alves da Costa
Não quero entristecer. Não quero apertar meu
olhar nem soluçar na melancolia. Mas chove e na chuva é difícil demais de não
sofrer. E se chove na noite, como agora chove, o entristecimento redobra como
açoite de tempestade. Lá fora, os pingos caindo e mil motivos para o
sofrimento, para a aflição, para a angústia. Um mistério, uma verdade. A gente
está até alegre, contente e feliz, mas se começa a chover e de dentro de casa a
vidraça começa a embaçar, a escorrer os pingos da chuva, então tudo aprece
desandar. Em cada pingo uma recordação, uma imagem, um desejo de ter alguém.
Nostalgia de beijos, de abraços, de afagos e de carinhos. Até que lentamente
caminhamos e desenhamos um coração na vidraça. Um coração molhado, encharcado
de amor e saudade.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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