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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Palavra Solta – para a eternidade


*Rangel Alves da Costa


Não quero num amanhã da posteridade uma rua com meu nome ou uma estátua em praça. Não quero num amanhã que o meu nome esteja em órgão público ou numa placa qualquer. Não quero num amanhã que o meu nome seja lembrado por algum administrador de modo e o meu nome seja dignificado em qualquer coisa. A bem dizer, não quero reconhecimento forjado em nada. Não preciso que o meu percurso de vida seja reduzido a placas ou nomes gravados em metais ou paredes. Para a posteridade quero apenas a eternidade. E tudo conseguido pelo que faço agora. Minha estátua será a recordação que eu possa deixar. Minha placa será o meu feito reconhecido na vida. Meu nome grafado será aquele da memória dos que restarem além de mim. Nenhuma recordação deixarei se nada fizer agora. Nenhuma memória boa será cultivada se apenas passo na vida sem semear os bons frutos. Nada de mim restará, sequer no dia seguinte à partida, se de mim nada restou que mereça ser relembrado. Mas por que já sou eterno desde agora? Por que jamais deixei que o meu passo fosse apagado pelo vento ou pela ventania. Por onde passo não deixo atrás migalhas de pão. Deixo o que fiz e faço. Deixarei, assim, a minha eternidade no que fiz e plantei para jamais ser esquecido. Eis a imortal eternidade.


Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com 

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