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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Pomar de quintal (Poesia)


Pomar de quintal


Lembro-me muito bem
era uma mangueira
e era uma goiabeira
um varal de canto a outro
e uma galinha a ciscar
no pé da jabuticabeira
daquele antigo pomar

minha avô sentava ali
debaixo de um sombreado
chorando suas saudades
e sorrindo com passarinhos
que chegavam para beliscar
tanta doçura e tanto sabor
daquele antigo pomar

havia brisa ao entardecer
e suave sereno ao amanhecer
e o que hoje resta em sinal
é o silêncio de triste mudez
sem minha avô e sem varal
apenas um pomar distante
naquele tempo de quintal.



Rangel Alves da Costa

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