SAIA DO SOL E DA CHUVA, ENTRE...

A morada é simples, é sertaneja, mas tem alimento para o espírito, amizade e afeto.



sábado, 29 de abril de 2017

Palavra Solta - a greve de sexo no Cabaré Putiá


*Rangel Alves da Costa


Certa feita, lá pelos idos de antanho, um fato mais que inusitado aconteceu: uma greve de sexo no Cabaré Putiá. Tudo começou quando Zezim Quaresma quase dá cabo à vida da rapariga Norina Boca de Mel, e ali mesmo no cabaré. Apaixonado, mas sempre rejeitado pela famosa quenga, então o homem se embebedou lá fora e já chegou arrastando uma faca. Foi um deus nos acuda, com rapariga ora correndo ora desmaiando por todo lado. Não demorou muitos dias e um marido enganado entrou no antro da carne com revólver apontado na direção da esposa que de vez em quando chegava por ali às escondidas. Só não disparou porque o xibungo Rosa-Flor tomou-lhe a frente. Tomou-lhe a frente e disse: Mate-me e estará matando uma flor! Depois disso a velha cafetina resolveu tomar medidas mais que drásticas. Prontamente deu ordem para que suas meninas iniciassem uma greve de sexo e sem tempo para acabar. A partir daquele instante todas fecharam o tacho e não abriam as pernas pra ninguém. A safadeza só voltaria se os machos se comprometessem a desarmar na força todo aquele que ali chegasse ao menos aparentando estar armado. Compromisso firmado, daí em diante bastava que um chegasse com canivete e era logo retirado à força. Com o retorno da paz, o cheiro de sexo encardido se alastrou novamente e até a visitante noturna do enganado resolveu fixar ponto no cabaré.


Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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