SAIA DO SOL E DA CHUVA, ENTRE...

A morada é simples, é sertaneja, mas tem alimento para o espírito, amizade e afeto.



terça-feira, 2 de novembro de 2010

TU ÉS... (Crônica)

TU ÉS...

Rangel Alves da Costa*


Porque a vida de repente cisma com a gente, e quando nosso olhar deveria ser de imenso espanto, basta abrir a janela para enfrentar o mundo e o que se vê é tudo belo, tudo lindo, tudo azul e de toda cor, na paz que há, na alegria que há, na vida que há em tudo.
É nesse abraço que a vida dá, nesse todo contentar que me contento, nessa efervescência e arrebatamento, de ser digno de ter manhã e dia, esperança de viver ainda e de ser ainda, de sonhar ainda e de amar ainda, sentir crescer ainda mais em mim os motivos da felicidade, para agradecer a Deus e dizer e gritar: te amo!!!
E te amo porque tu és o indecifrável conceito que esconde o coração e todas as respostas que tenho quando sinto a paixão, mas ainda assim tudo é muito pouco porque amo demais.
E te amo porque tu és a imagem que não se cansa de ganhar forma e estar presente ao meu lado; o silêncio que repente grita para não te esquecer; a luz que chega quando estou de olhos fechados e penso que é uma eternidade ficar sem te ver por instantes.
E te amo porque tu és a fronteira e mais adiante, o objetivo e mais adiante, o ponto de chegada e mais adiante, onde haverá a certeza de que vale a pena de ter lutado e caminhado tanto para cair renascido nos teus braços.
E te amo porque tu és o verso do caderno, a rima da folha, o rabisco do papel, o nome escrito em qualquer lugar, o coração talhado na árvore do jardim, o traço no outro lado do vidro da janela em dia de chuva, o nome desenhado na areia da praia, o nome enviado no vento, a imagem soprada na bolha de sabão, o que está escrito na folha seca e guardado com tanto amor num livro de Florbela Espanca.
E te amo porque tu és aquela musa que encontro nos versos de Cecília Meireles, de Drummond, de Vinícius, de Álvares de Azevedo, de Augusto dos Anjos, de Neruda, de Pessoa, de Shakespeare e dos meus imaginários de amor que chamo poemas.
E te amo porque tu és a natureza e o universo em perfeição e harmonia: já vi o sol no teu rosto, já vi a lua no teu sexo, já vi estrelas no teu olhar, já vi as quatro estações no seu jeito de ser, já vi os pássaros na tua sombra, já vi a brisa no teu cabelo, já vi o horizonte no teu caminhar, já vi a noite antes do teu dia chegar.
E, pedindo licença a Luiz Vieira e sua inesquecível "Paz do meu amor", te amo porque

Tu és
Uma beleza imensa,
Toda recompensa de um amor sem fim.
Tu és
Uma nuvem calma
No céu de minh'alma; é ternura em mim.
Tu és
Estrela matutina,
Luz que descortina um mundo encantador.
Tu és
Parto de ternura,
Lágrima que é pura, paz do meu amor.
Tu és
Paz do meu amor!
Uma beleza imensa...
Uma beleza imensa...
Toda a recompensa...
Paz do meu amor...




Poeta e cronista
e-mail: rangel_adv1@hotmail.com
blograngel-sertao.blogspot.com

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