*Rangel Alves da Costa
É carnaval. Depois da porta, certamente muita
folia, muita festa, muita animação. Mas eu escolhi o silêncio como companhia.
Sequer tenho saído de casa. Hoje cedo dei algumas voltas pela cidade, em
instantes de calma e sem nenhum barulho, e logo retornei. E há festa por todo
lugar. Mas não irei a nenhum lugar. Aqui mesmo hei de ficar, no silêncio e
ouvindo vozes. Sim, no silêncio e ouvindo vozes. Aquelas vozes que surgem na
memória, nas relembranças, nas recordações. O pensamento viaja e reencontra, e
depois do reencontro impossível que não comece a haver um diálogo com o
reencontrado. A feição, a boca, os olhos, as palavras, até os toques. Tudo para
chamar a voz, ainda que seja em silêncio, e dizer da saudade, do amor, do
quanto dói a distância. E dizer do quanto ainda ama e ainda tanto quer a
presença para, enfim, confessar, todo o amor sentido.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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