*Rangel Alves da Costa
Muita gente passa por situações na vida,
principalmente pela perda de alguém amado, que de repente vai mudando seu jeito
de pensar e enfrentar as realidades da vida, mas também da morte. Difícil de
imaginar, mas é precisamente o relacionamento com a perda, com o enfrentamento
de uma terrível dor pelo adeus de um ser amado, que faz o ser vivente muito mais
consciente da realidade da vida. Daí em diante, desde o momento de despedida,
passa a ser tomado de uma aura onde os limites do céu e da terra já não estavam
ocultados. Passa a compreender que a mão erguida da terra pode, sim, ser tocada
pela mão repousada no etéreo. Passa a perceber que os laços não se desenlaçam
quando a vida e a morte se distanciam, eis que o amor continua unindo as distâncias.
Passa a compreender que vida e morte são limites inexistentes, e assim por que
o sopro maior que une os seres permanece vivo e ativo entre os que se
reconhecem e se amam. Passa, acima de tudo, a lançar o olhar por horizontes que
vão além das nuvens e alçam a moradia celestial. Passa a dialogar com a grande
questão: a morte é o fim ou uma continuidade? Difícil saber a resposta exata
sobre isso, mas certamente bastará um curto instante ao lado para saber do que
guarda em si como resposta: Os que são amados permanecem naqueles que sabem
amar. Os que amam sempre reencontram aqueles que deles nunca se separaram.
Espiritismo? Apenas a certeza que no espírito está a estrada que aproxima pelo
amor e distancia pela descrença e pelo esquecimento.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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