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sexta-feira, 1 de abril de 2016

Palavra Solta - inocência


Rangel Alves da Costa*


Que mundo bom, que mundo perfeito, que mundo maravilhoso, que mundo encantador, é o da inocência. A pureza na alma, a pureza no pensamento, a pureza na ação, a pureza na palavra. E que doce idade é a idade da inocência. Seres humanos que existem sem a contaminação dos atos e atitudes humanos, pequenos seres que existem sem o pecado carnal, sem o pecado do ódio, sem o pecado da inveja, da intriga, da falsidade, do desamor. Doce é o tempo dessa doce idade. Uma criança que vai passando pela vida sem fazer além do instinto, da vontade, do desejo. Mas tudo sem a intencionalidade adulta, sem o desejo de posse pela força, sem a vontade materialista de ter. E tudo tão belo como a própria idade, como a própria inocência. O mundo é belo, a vida é bela, tudo é maravilhoso, e se há choro e lágrima é porque precisa de cuidado. Apenas. É pétala de flor e a mesma flor, é mais mansa brisa, é o sonho mais bonito, é a esperança mais pura. E quem dera outro mundo a esperar os pequeninos assim, na flor da inocência. Um mundo cuja bondade não fosse diferente de uma criança ou uma vida cuja experiência maior fosse como uma brincadeira boa de viver. Mas eis que o tempo passa. Mas o tempo não corrompe a infância. É o mundo do homem que a tudo transforma. Infelizmente.


Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com

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