*Rangel Alves da Costa
Eles se fartam nas mesas fartas e depois
cospem nas mãos estendidas em esmolas. Eles bebem uísque escocês e vinho
francês e depois arrotam em direção às janelas tomadas de olhos pedintes. Eles
pagam com cartão de crédito internacional, com cheque especial ou apenas
assinam a nota, e depois se negam a dar uma esmola à miséria ossuda pelas
calçadas. Eles vão subindo as escadas, mais alto e cada vez amis alto, e a cada
degrau subido vão chutando aqueles que lhe serviram de amparo. Eles usam caneta
dourada para decidir o futuro dos outros, e sempre assinam sentenças de morte.
Eles se arvoram de poderosos, de generais, de líderes maiores, mas nunca estão
lutando perante o sangue e perante o medo. Eles levaram os louros da vitória
sem jamais haver conquistado qualquer coisa. Eles sorriem e estendem os braços,
mas eles escondem o precipício onde os outros serão lançados. Agora mesmo eles
contam os seus lucros. Agora mesmo os outros choram a dor de um estômago vazia,
da desesperança e da desvalia de tudo.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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