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A morada é simples, é sertaneja, mas tem alimento para o espírito, amizade e afeto.



quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Palavra Solta - não sei desamar assim



*Rangel Alves da Costa


Muita gente faz do amor um tanto faz, e diz que acabou e acabou. Muita gente faz do amor uma brincadeira que depois de brincada leva-se ao esquecimento. Muita gente faz do amor um jogo de faz-de-conta, onde perder ou ganhar é uma questão de instante. Muita gente faz do amor uma negação do próprio amor, onde tudo se faz menos amar. Já eu penso diferente. Levo o amor a sério, e como coisa tão séria que o ato de terminar um relacionamento não significa um desamar. O relacionamento, o namoro, a convivência amorosa, nunca se vai sem deixar suas marcas. Profundas e dolorosas marcas. Nunca fiz nem farei do amor um tanto faz, um jogo, uma brincadeira, como se ficar com uma hoje e com outra amanhã, fosse a coisa mais normal do mundo. Não. Tanto me entrego ao amor que o seu fim - e seja por qualquer motivo - sempre traz consigo um punhal afiado. E cortando, e sangrando em mim, e estraçalhando por dentro. E assim porque não sei desamar assim, apenas sair, apenas deixar de ser do outro. O outro se vai, o relacionamento termina, mas o amor verdadeiro dura, e muito, a se costumar com o tido e que não tem mais. E há lágrimas, sim. Há gritos agonizantes por dentro, sim.


Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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