*Rangel Alves da Costa
Muita gente faz do amor um tanto faz, e diz
que acabou e acabou. Muita gente faz do amor uma brincadeira que depois de
brincada leva-se ao esquecimento. Muita gente faz do amor um jogo de
faz-de-conta, onde perder ou ganhar é uma questão de instante. Muita gente faz
do amor uma negação do próprio amor, onde tudo se faz menos amar. Já eu penso
diferente. Levo o amor a sério, e como coisa tão séria que o ato de terminar um
relacionamento não significa um desamar. O relacionamento, o namoro, a
convivência amorosa, nunca se vai sem deixar suas marcas. Profundas e dolorosas
marcas. Nunca fiz nem farei do amor um tanto faz, um jogo, uma brincadeira,
como se ficar com uma hoje e com outra amanhã, fosse a coisa mais normal do
mundo. Não. Tanto me entrego ao amor que o seu fim - e seja por qualquer motivo
- sempre traz consigo um punhal afiado. E cortando, e sangrando em mim, e
estraçalhando por dentro. E assim porque não sei desamar assim, apenas sair,
apenas deixar de ser do outro. O outro se vai, o relacionamento termina, mas o
amor verdadeiro dura, e muito, a se costumar com o tido e que não tem mais. E
há lágrimas, sim. Há gritos agonizantes por dentro, sim.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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