*Rangel Alves da Costa
Eu querer ser um rei, um soberano, um nobre?
Não, apenas um mortal pisando na terra entre o rico e o pobre. Apenas um ser
estendendo a mão para mãos calejadas e para dedos cheios de anéis. Apenas um
ser vivente reluzindo o mesmo ouro e o mesmo cobre. Apenas um ser cuja face a
chuva molha e o sol encobre. Mas se queres que eu seja um rei, um soberano, um
nobre, então me veja como sou e o seu desejo redobre. Se em mim avista escudo,
coroa e pedestal, então é por que também avista castelos nas nuvens. Mas olhe
bem para mim e olhe bem para o alto. Eu não me transformo em nada diferente
daquilo que realmente sou. Mas as nuvens formam castelos, reinados, príncipes,
reis, o que você desejar. Ou basta a ideia do que deseja avistar para que
tenha, lá no alto, uma imponência real. E talvez até me encontre no trono de
algum reinado. Mas não estarei lá, pois meu contentamento é estar pertinho de
onde você está, talvez bem ao seu lado enquanto mira as nuvens.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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