*Rangel Alves da Costa
As estradas são minhas amigas. Os caminhos
são meus companheiros. As pedras falam comigo, os passarinhos também. Além das
porteiras ou cancelas, pelos beirais das veredas, um casebre tosco, um cheiro de
café. “Oi de casa!”. “Oi de fora”. O pano na cabeça esconde a brancura de
algodão no cabelo. O sorriso envergonhado tenta esconder as tantas rugas do
tempo. Um tamborete bem ali, uma moringa na janela. Lá fora o vento sopra. Lá
dentro a vida voa. Ela me conta histórias e eu sou pura admiração. Depois ela
estende a mão em despedida e eu digo que não partirei. Quer ficar aqui? Ela
pergunta. E eu respondo: Tudo isso é minha casa. Aqui, ali, acolá. Onde houver
sertão ali estará minha casa. Por isso, mesmo que eu abra a porta e siga pelos
caminhos, jamais do sertão partirei.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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