*Rangel Alves da Costa
Aqui, aqui na capital, aqui não é o sertão.
Aqui não tem lua grande, aqui não tem vaga-lume, aqui não tem um pisca-pisca de
estrelas. Sei que existe por todo lugar, até no Japão, mas jamais uma lua igual
ao luar do sertão. Nas noites enluaradas, nunca ouço os grilos cricrilando nos
escondidos dos ocos dos paus, nunca vejo os pássaros noturnos voejando nem a
canção do vento fazendo dançar as folhagens tantas. Aqui, aqui na capital, é
como se a lua fosse sem lua, sem brilho, sem cor, sem o dourado das bandas de
lá. Minha lua é melodia, é poema e poesia. Minha lua é verso com cor e amor, é
estrofe rimada em beleza e natureza. E quando os meus olhos passeiam, subindo
ao alto em singelo voo, então eu vejo São Jorge acenando para o sertão e
dizendo: Aí sim, aí está o guerreiro povo e sempre vencendo os dragões da
desvalia, do abandono, das angústias e sofrimentos!
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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