*Rangel Alves da Costa
De forma contrastante, o vírus que se alastra
está humanizando mais as pessoas. Não só humanizando como as fazendo mais
reflexivas. Tudo isso acontecendo, porém, na solidão que está sendo imposta. Ora,
de repente as pessoas são forçadas a se recolher, a procurar isolamento em suas
residências. De repente as pessoas são forçadas a se afastarem mais, a evitar
contato direto com muitos, a viverem suas solidões. Certamente que os quartos
nunca foram tão ocupados como agora. E nos quartos, nos muros das quatro
paredes, a solidão que vai chamando ao mundo da reflexão. Uma solidão que faz
pensar não só na doença e no temor do contágio, mas principalmente na
fragilidade humana perante o desconhecido. Oh como a ciência é frágil, como a
medicina é frágil, como o ser humano é frágil. Um vírus surge, aterroriza,
mata, torna o mundo em descompasso. As cidades vazias, as ruas nuas, os
silêncios fechados. Mas depois das paredes, das janelas e portas, as solidões
que gritam para dizer ou perguntar: o que realmente somos?
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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