*Rangel Alves da Costa
Às vezes, é de apenas um pedaço de pão que
precisamos. Não mais que isso: apenas um pedaço de pão. Também às vezes, por
precisarmos somente de um pedaço de pão, eis que rejeitamos o que se mostre bem
mais que isso. Somente a ganância, ambição, egoísmo e a cupidez, para nos
afastar deste senso bom de contentamento. Ora, se meio copo d’água pode saciar
a sede, então por que transbordar e depois jogar o resto fora? Se um pouco de
comida basta para saciar a fome, que o prato não transborde de gula. Um erro: a
mulher deve ser alta, esbelta, gostosa, linda demais, coisa de chamar a atenção
de todos os olhares. Não. Ledo engano. A mulher deve ser apenas mulher, e de
feminina doçura, encantamento, meiguice, respeite e afeto. O amor se perfaz com
o grão do respeito e da sinceridade, com o pedaço do pão do afeto e do poder de
ser importante ao outro. Nada mais que isso. E se depois chegar a vontade de
ter muito mais, então logo se terá que aquele pedaço de pão foi tão bom como
necessário. E que por isso mesmo deseja outro pedaço de pão. Apenas outro
pedaço de pão.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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