*Rangel Alves da Costa
Eu dei uma flor de plástico, dessas que estão
à venda pelas bancas das calçadas. Certamente que mais adiante havia um mercado
de flores, e mil buquês de cores, de aromas e perfumes. Meu desejo era levar
uma flor, mas não tinha dinheiro suficiente para um buquê natural, de rosas
vermelhas e apaixonantes. O dinheiro que eu tinha só dava mesmo para comprar
aquela flor de plástico, que até achei muito bonita. Imaginei que a simbologia
prevalecesse sobre o orgulho e a vaidade. Quis apenas agradar, desejei apenas
demonstrar afeto com aquela flor única, que, mesmo sendo de plástico, parecia
colhida em jardim naquele mesmo momento. Mas errei. Ou ela errou. Não sei bem
onde está o erro. Apenas sei que a flor de plástico foi lançada ao longe,
espalhou-se sem pétalas e ao desalento. Então segui adiante, recolhi os seus
restos e segui em frente, levando à mão aquela simbologia do amor. E sem olhar
pra atrás. Sem nunca mais olhar pra trás.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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