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A morada é simples, é sertaneja, mas tem alimento para o espírito, amizade e afeto.



terça-feira, 27 de agosto de 2019

Palavra Solta - eu dei uma flor de plástico



*Rangel Alves da Costa


Eu dei uma flor de plástico, dessas que estão à venda pelas bancas das calçadas. Certamente que mais adiante havia um mercado de flores, e mil buquês de cores, de aromas e perfumes. Meu desejo era levar uma flor, mas não tinha dinheiro suficiente para um buquê natural, de rosas vermelhas e apaixonantes. O dinheiro que eu tinha só dava mesmo para comprar aquela flor de plástico, que até achei muito bonita. Imaginei que a simbologia prevalecesse sobre o orgulho e a vaidade. Quis apenas agradar, desejei apenas demonstrar afeto com aquela flor única, que, mesmo sendo de plástico, parecia colhida em jardim naquele mesmo momento. Mas errei. Ou ela errou. Não sei bem onde está o erro. Apenas sei que a flor de plástico foi lançada ao longe, espalhou-se sem pétalas e ao desalento. Então segui adiante, recolhi os seus restos e segui em frente, levando à mão aquela simbologia do amor. E sem olhar pra atrás. Sem nunca mais olhar pra trás.


Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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