*Rangel Alves da Costa
A grande maioria dos habitantes de Poço
Redondo não tem conhecimento dessa relíquia pré-histórica fincada neste rincão
sertanejo, e bem próximo ao Assentamento Queimada Grande.
Trata-se
do Morro da Letra, uma gigantesca pedra cujo lado exterior, numa parte mais
côncava (mais aprofundada no centro do que na extremidade), com inscrições e
símbolos rupestres em coloração avermelhada, simbolizando formas de comunicação
do homem pré-histórico na região.
Diz-se que
são símbolos rupestres pelo fato de terem sido feitos na própria pedra, como se
aquela parte de rocha granítica fosse um enorme quadro de giz dos povos que
viveram por ali há milhares de anos.
Contudo,
da observação atenta do local logo se percebe duas coisas importantes.
Primeiro, atualmente não se trata de um morro, mas de uma única pedra grande
que restou existente perante a destruição (para fazer paralelepípedos) das
outras pedras ao redor. Segundo, não são inscrições que possam ser entendidas
como letras ou grafias de supostos nomes até hoje desconhecidos, segundo as
conhecemos, mas de símbolos e caracteres que possuíam função de nomear estados
da natureza, do convívio e dos mistérios daqueles povos.
Na junção
dos traços, que vão tendo um significado diferenciado perante a visão do
visitante, é possível avistar muita coisa. Na minha percepção, na pedra avistei
desenhado um pássaro grande, nuvens com pingos de chuva, um sol raiado, e
também um disco voador. Isso mesmo, um disco voador e com todas as
características dos relatos que nos passam desses objetos extraterrestres.
Impressionante
também a perfeição geométrica encontrada em algumas figuras, e certamente estas
são as mais difíceis de serem decifradas, pois possuindo uma clara função para
demonstração de algo ainda não inteligível ao homem de hoje. Qual o significado
dos triângulos desenhados lado a lado?
Qual o
significado da representação de um disco voador? E por que o pássaro grande
sobressaindo-se ante as demais figuras? Mistérios, mistérios, mistérios. E por
que a tinta avermelhada utilizada, e ali colocada já desde milhares de anos,
ainda contínua visível e firme na parede de pedra?
Dificilmente
encontraremos respostas a todas estas indagações, mas que assim permaneça como
demonstração do pensamento e da inteligência do homem pré-histórico da região
sertaneja de Poço Redondo. Cabe, então, a Poço Redondo, preservar suas riquezas
históricas.
E por
pouco não encontramos somente os escombros do Morro da Letra, vez que, objetivando
transformar pedra em paralelepípedo para comercialização, estão destruindo toda
pedra grande que encontrem pela frente. Já destruíram a Pedra do Sino e também
a maioria das pedras ao lado do Morro da Letra.
Com a
sanha destruidora que vão, agora se teme pela Pedra da Sela e pela Pedrata. E
dizem que a derrubada das pedras é a mando de um vereador do município. Não
pode ver uma pedra que manda quebrar. E assim vai destruindo o patrimônio
histórico, geográfico e arqueológico de Poço Redondo.
E ninguém
diz nada, nem a administração municipal nem a promotoria pública.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário