*Rangel Alves da Costa
O relato a
seguir trata sobre uma festa de paredões (sons nas alturas em caixas acopladas)
realizada na noite de ontem, sábado 12 de outubro, e que, mesmo sendo realizada
em local particular, provocou inúmeros transtornos à população.
Então
vamos. Ontem, ante as reclamações feitas acerca da abusividade na altura do
som, incomodando a paz noturna de grande parte da população da cidade de Poço
Redondo, alguém comentou que via tudo na normalidade, pois sendo uma festa
particular ia quem quisesse.
As
reclamações feitas (e nenhuma delas feitas por minha pessoa) não disseram
respeito a nada disso. O erro de interpretação, ou proposital erro de leitura,
não deve servir, no meu entendimento, para dizer que os outros podem fazer o
que quiserem com paredões, com sons em altura absurda, ainda que em festa
particular.
Em
situação tal, tem-se como válida a afirmação de que “o seu direito termina
quando começa o direito do outro”. E não se pode nem se deve abusar do direito
da população. Não se trata apenas de uma festa particular e, por isso mesmo,
toda abusividade possa ser cometida. E o direito do povo ao sossego noturno, e
o direito do povo de não ser incomodado por horas seguidas por sons
aterrorizantes, e o direito do povo ao repouso, ao descanso, à sua integridade
biológica e psicológica?
Ademais, a
festa foi realizada em via pública, ainda que em local particular, em meio a
ruas e avenidas, a casas e moradores, e não em local afastado onde o som não
ecoasse afetando tanto a população. E nestas ruas e casas, certamente que
pessoas doentes, idosas, crianças de colo ou recém-nascidas, tendo de suportar
os abusos cometidos.
Nos
próximos eventos, que os seus promotores procurem locais mais adequados e que
não interfiram tanto na paz social. O jovem pode gostar, pode delirar, pode
querer mais e mais festas de paredões, mas o direito do outro deve ser sempre
respeitado, considerando ainda que muita gente tem sua saúde afetada. Quem
promove tais eventos certamente irá dizer que tudo foi legal e permitido pelas
autoridades locais e policiais. Tudo bem.
Resta
então perguntar: Por que a polícia proíbe o som de mala de carro em via
pública, será que é pela altura? Por que a polícia bate à porta da pessoa que
esteja ouvindo som muito alto dentro da própria casa, será por que algum
vizinho se sentiu importunado? E ontem, se algum morador procurasse a polícia
para pedir providências seria atendido? São quantos pesos e quantas medidas
para tal questão? Mesmo que haja exceções legais, o que se deve respeitar antes
de tudo é a paz social.
Sempre
agirá com erro aquele que achar que por ter uma autorização, tem o direito de
tirar o sossego de muitos. Será que tais organizadores de eventos colocariam,
por quatro horas seguidas ou mais, durante a noite, paredões com altura absurda
em frente à casa de suas digníssimas mães?
Uma última
pergunta: Ministério Público onde está você? Diga, o povo quer saber.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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