*Rangel Alves da Costa
O que somos senão essa arte tão poeirenta de
chão, tão visguenta de terra, tão chamejada de mato? O que temos senão a
coragem de tornar flor em espinho, de dar sorriso à tristeza, de fazer gritar o
silêncio? O que sonhamos senão a esperança de que o outro aviste nosso olhar,
que o sertão não se afaste da gente, que o sonho vá se tornando realidade? O
que somos, o que temos e o que sonhamos, nada mais é que ser e mostrar o sertão
naquilo que tão ardorosamente vivemos e fazemos! O que somos senão artesão, poeta,
talhador de madeira, catador de palavra, costurador de boneca de pano, fazedor
de sela e gibão, moldador de panela de barro, ferreiro em forja quente? Somos
assim, quase como terra, quase como chão, quase como o inesperado que de
repente faz surgir uma arte. E tão simples e tão singela quanto o próprio
artista.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário