*Rangel Alves da Costa
Pra cobra ruim não tem jeito. Ou ela é logo
dizimada ou certamente tudo fará para alcançar o seu calcanhar. Não descansa,
não desiste, não se dá vencida enquanto não lançar sua peçonha mortal sobre
aquele que está em sua mira. Espera horas, dias, semanas e até meses, até
envenenar sua presa. A pessoa parece esquecida, sequer recorda de nada. Vive
tranquilo, descuidadamente, sem imaginar o perigo que a ronda. Nada vê, nada
sente, nada percebe, mas não há um só passo seu para não estar vigiado. Na
moita, no tufo de mato ou mesmo entre gravetos na beira da estrada, a cobra
pacientemente espera para dar o bote certeiro. A pessoa caminha, aproxima-se, e
mesmo avistando segue adiante. Ora, ela parece morta, inofensiva. Mas nada. De
repente e o ataque feroz, voraz, cruel. Conheço uma cobra assim. Mas esta vai
morrer por si mesmo. Vai começar mordendo o próprio rabo. E depois já estará
envenenada por si mesma. Não é, coisa ruim, coisa peçonhenta?
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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