*Rangel Alves da Costa
Não, o Sr. Belliet não merecia ser esquecido
dessa maneira. Virtudes? Em demasia, até. Não houve ser humano mais generoso
que o Sr. Belliet. Não fez mais por que era pobre. Sim, pobre demais e mais
empobrecido ainda por que compartilhou com os igualmente necessitados tudo o
que tinha. Quando faleceu, contudo, quase não é sepultado por falta de quem o
levasse à última moradia. Muito diferente aconteceu com o Sr. Jollivet. Ora, um
sovina, um rabugento que levou somente a vida a negar. Dinheiro no banco, em
ações, em empresas, debaixo do colchão, enterrado pelos cantos, mas jamais
ofertou um centavo a qualquer desvalido. Quando bateu as botas, porém, o infame
foi cortejado com pomba e galhardia. Deu nome a praça, a rua, a repartição. Um
mau caráter, um ignominioso, mas com nome aberto por todo lugar. Ainda bem que
alguém pegou tinta e pincel e corajosamente cravou embaixo: Os calhordas estão
mortos ainda em vida. Este é apenas um verme.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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