*Rangel Alves da Costa
Passei no quintal e vi sua calcinha estendida
no varal. E fiquei no cio feito um animal. Mas seu irmão chegou com um gesto
anormal. E vestiu a calcinha de fio dental. E saiu se rebolando todo sensual.
Mas depois você veio e vi bom sinal. Imaginei na outra calcinha ali no varal.
Mas vestiu calça e camisa de tergal e caminhou feito homem e até meio brutal.
Que mundo, meu Deus, que coisa sem igual. Homem de calcinha e mulher galalau.
Jurei nunca mais passar em quintal. Ninguém sabe mais o que cuíca e o que é
berimbau. Na água doce pode dar bacalhau. O que parece jardim pode ser matagal.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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