*Rangel Alves da Costa
Existiu e ainda existe: a triste noite dos
arrependidos. Lua que prateia ao alto, lua que passeia ao alto, lua que brilha
nas distâncias e além. Mas por que não alegra ao menos um pouquinho aqueles
arrependidos que se escondem nos seus quartos escuros, soluçando pelos
travesseiros, lacrimejando entre as frestas, nos escondidos das camas e dos
sofás? Quando a noite cai é sempre assim. Chegam os medos, os questionamentos
interiores, as culpas, os erros dos erros, as vontades de fazer o que deveria
ter feito e não fez? Por quê? Por quê? Por que fiz isso, por que agi assim, por
que não pensei de outro modo? Oh, ela me amava e eu a deixei. Oh, quanta
insensibilidade em não querer ouvir suas razões. Oh quanto egoísmo em meu
coração, quanta indiferença no meu ser. Talvez uma só palavra, um sorriso, um
pouco de atenção, ou talvez até uma simples promessa. Mas nada feito. E agora,
a dor que dói lá também dói aqui. E o pior: eu também a amo!
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário